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No início do ano passado, Eliane de Oliveira Andrade, diretora da Escola Municipal Marcos Nicolau Strapassoni, de Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, reuniu os professores e apresentou uma lista de boas razões para viver o Ler e Pensar por mais um ano. Há oito, a escola participa do projeto, mas, aquele convite da educadora e as orientações fornecidas sobre formas de trabalhar o jornal em sala, ela ainda não sabia, motivaria o corpo pedagógico de tal maneira que as ações pensadas dali em diante fariam história. A instituição foi vencedora na categoria Mobilização do Concurso Cultural 2014.

Alunos e educadores

Vai e vem da notícia

Para compartilhar as reportagens de destaque com as famílias dos alunos, o “Vai e Vem da Notícia” foi criado. O corredor da escola, caminho de passagem acessado diariamente por pais e comunidade escolar, apresentava diariamente as produções das turmas. “Todos ficaram mais bem informados e qualquer tipo de fofoca perdeu importância, porque as notícias ganharam espaço e passaram a ser mais discutidas. A transformação foi muito significativa”, conta Derli Godoi de Souza, diretora da Escola.

Foram 400 alunos sensibilizados pelas iniciativas e duas dezenas de educadores, que trabalharam o periódico de acordo com a faixa etária dos estudantes – do primeiro ao quinto anos. A escola tem 15 turmas regulares e três de atendimento educacional especializado. Uma delas é dedicada a pessoas surdas e as outras duas a crianças de 7 a 12 anos com deficiência intelectual. Os trabalhos não se destacaram somente por utilizar conceitos da Educomunicação e estimular protagonismo e senso crítico nos envolvidos. Foram além: geraram inclusão e transformações mais que valiosas.

Alunos especiais

“O jornal foi fundamental para desenvolver habilidades muito importantes dos alunos especiais. Trabalhamos desenvolvimento motor, cognitivo, expressão, comunicação e incentivamos ainda mais a interação com as crianças das turmas regulares”, conta Vanessa Cristiane de Souza. Para a professora, o relacionamento entre todos, já naturalmente valorizado, aumentou. “Íamos às classes regulares apresentar os trabalhos e eles notaram que são capazes de fazer muito, mais do que imaginavam. Foi a prova de que todos têm muito potencial e que a maior diferença está no tempo de aprendizagem. Cada um tem o seu”, defende Vanessa. Os resultados foram tão expressivos, que a docente também garantiu o reconhecimento na categoria Prática Pedagógica, no concurso de 2014.

Planos pedagógicos

Todas as atividades foram relacionadas ao plano pedagógico de cada turma. Diferentes disciplinas e assuntos como segurança, política, literatura, meio ambiente, consumo de água e cidadania, por exemplo, foram trabalhados a partir de gêneros textuais, imagens e charges. Para a supervisora da escola, Haniely de Freitas, o projeto facilitou o letramento, estimulou a leitura, a escrita e a formação crítica dos alunos. “Eles ficaram mais desinibidos e já demonstram muita facilidade em falar em público”, explica.

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