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O jornalista e diretor do jornal Correio Metropolitano, Ayrton Ferreira Précoma, 49 anos, foi executado, na noite de anteontem, na frente do seu filho de 8 anos. Précoma, que está separado há um ano, tinha ido buscar o menino na casa de sua ex-esposa, no conjunto Caiuá, na Cidade Industrial de Curitiba, para passar o fim de semana com a criança. "Os dois já estavam no carro fazendo a volta para vir embora, quando alguém atirou duas vezes", conta a amiga Vera Muchenski, 45 anos.

O crime ocorreu por volta das 20 horas, quando o filho de Vera, Gustavo, 10 anos, aguardava o jornalista e seu filho, para juntos irem jantar numa churrascaria, como sempre faziam todas as sextas-feiras. "O meu filho está em choque. Considerava Précoma como um tio mesmo. Foi uma tragédia, não consigo entender porque isto ocorreu", diz.

Vera é amiga do jornalista há muitos anos, seu filho mais velho, de 24 anos, é afilhado de Précoma. De acordo com ela, a família está muito abalada com a situação, e o filho do jornalista também permanece em estado de choque. "Não sei como vai ser para o menino agora superar tudo isso", lamenta.

Précoma morava no Jardim das Américas, em Curitiba, e foi casado duas vezes. Além do filho menor, que viu a execução, deixou outras duas filhas. O sepultamento foi às 17 horas de ontem, no Cemitério Municipal São João Batista, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba.

A polícia descarta a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte), já que nada foi levado, e ainda não tem pistas do autor do assassinato. "Não foi levado nada, nenhum objeto de valor. Não tem nada a ver com assalto", diz o delegado da Delegacia de Homicídios, Carlos Roberto Bacila. "Mas as investigações continuam", afirma. O jornalista buscava o seu filho num carro Xsara Picasso, que não foi levado pelo assassino.

O jornal Correio Metropolitano foi fundado em setembro de 2004 e tinha a proposta de circular diariamente. No ano passado, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor-PR) fez uma denúncia à Delegacia Regional do Trabalho, por atraso salarial aos jornalistas do Correio Metropolitano.

De acordo com uma reportagem publicada no jornal do Sindicato, o Extra Pauta, em junho de 2005, os jornalistas reclamavam que nem mesmo a conta do restaurante onde almoçavam havia sido paga e que presenciavam a visita de cobradores na sede da empresa. Ainda, segundo o Extra Pauta, o diretor do jornal, que teve um livro publicado – "Holocausto Brasileiro" –, é uma figura controvertida, já havia defendido o voto nulo e sido indiciado em quatro inquéritos no Paraná: por furto, furto de veículos, corrupção de menores e tentativa de homicídio.

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