O repórter da Gazeta do Povo Mauri König foi anunciado nesta quinta-feira (13) um dos quatro homenageados deste ano pelo Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa, organizado pelo Comitê de Proteção dos Jornalistas, CPJ, na sigla em inglês, entidade internacional independente e sem fins lucrativos dedicada a defender a liberdade de imprensa.
O Prêmio, que será entregue em novembro no jantar anual da CPJ em Nova York, reconhece o trabalho de jornalistas que arriscaram sua vida para realizar reportagens investigativas e sofreram represálias pelo trabalho que realizavam.
Além de König, estão na lista Mae Azango, da Libéria, Dhondup Wangchen, da China, e Azimjon Askarov, do Quirguistão os dois últimos estão encarcerados por suas reportagens críticas.
König, que foi informado da premiação há três meses e teve de manter sigilo, confessa que a surpresa de ser escolhido para a homenagem é ainda maior por não haver inscrição para este prêmio. "A escolha é feita pelo próprio Comitê, que fica monitorando os jornalistas no mundo inteiro e decide quem vão premiar. Foi uma surpresa bem grande, não cogitava ganhar esse prêmio, que é um reconhecimento que parte do próprio Comitê e não de alguém que indica. Considero o principal prêmio do jornalismo que já ganhei."
Trajetória
Mauri König é considerado pelo CPJ como um dos principais jornalistas investigativos do Brasil e passou os últimos 22 anos informando os leitores sobre abusos contra os direitos humanos e corrupção.
No final do ano 2000, a Gazeta do Povo iniciou a publicação de uma série de reportagens em que König investigou o recrutamento e sequestro de crianças brasileiras para o serviço militar no Paraguai.
Três anos depois, o jornalista fez um trabalho mostrando uma rede de crimes envolvendo policiais civis e carros roubados. Devido às ameaças que sofreu, Mauri teve de se mudar com a família de Foz do Iguaçu para Curitiba. O último grande trabalho do repórter foi sobre exploração sexual nas cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, que foi publicado na primeira semana de setembro, depois de dois meses e meio de produção.
Vida e Cidadania | 1:40
O repórter da Gazeta do Povo e mais três jornalistas do mundo receberão homenagem do Comitê de Proteção dos Jornalistas em reconhecimento à coragem para fazer jornalismo investigativo.