Atualmente, Victor se dedicava ao ensino de jornalismo: professor na Unibrasil| Foto:

Um acidente de trânsito no início da tarde de ontem matou o jornalista e professor Victor Folquening, de 38 anos, ex-repórter da Gazeta do Povo e professor no curso de Jornalismo das Faculdades Integradas do Brasil (Unibrasil). Folquening foi atropelado por um ônibus biarticulado próximo à sua casa, na esquina das ruas Sete de Setembro e Ângelo Sampaio, no bairro Batel, em Curitiba. O jornalista foi levado com vida ao pronto-socorro do Hospital Evangélico, mas não resistiu aos ferimentos. Estudantes, colegas de profissão e amigos lamentaram o fato pelas redes sociais.

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Trajetória

Victor Emanoel Folquening nasceu em Ponta Grossa, em 1973, e estudou Jornalismo na Univer­sidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Ainda como acadêmico, no início dos anos 1990, iniciou carreira na im­­prensa escrita da cidade, trabalhando em jornais locais e fazendo contribuições para veículos alternativos.

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Após a formatura, ingressou na Gazeta do Povo e passou a trabalhar na sucursal de Ponta Grossa – inicialmente como repórter e, mais tarde, como chefe da equipe. Na Gazeta, se destacou pelo estilo arrojado e criativo com que abordava os assuntos. Para provar que a prefeitura da cidade estava expulsando mendigos, vestiu-se com uma roupa suja, enxaguou a boca com cachaça e foi dormir na praça central da cidade. Pouco depois, foi colocado em um ônibus da frota pública e levado até a rodoviária de Curitiba junto com outros moradores de rua. Um de seus trabalhos mais importantes na Gazeta foi uma investigação sobre o envenenamento de trabalhadores rurais em barracões de fumo de Piraí do Sul, nos Campos Gerais.

Também pela UEPG, tornou-se mestre em Ciências Sociais Aplicadas e passou a se dedicar exclusivamente à carreira acadêmica. Primeiramente, como professor no curso de Jornalismo da própria UEPG. Mais tarde, mudou-se para Curitiba, onde se tornou professor na Univer­sidade Positivo.

A principal característica lembrada por seus alunos era a amplitude de seu conhecimento – ministrava aulas de Teoria da Comunicação, História da Arte, Cinema e Estética e Cultura de Massa. Cinéfilo e ouvinte fanático de jazz, discorria sobre os dois assuntos com paixão, além de participar de debates e escrever artigos sobre os temas. Desen­­volveu vários projetos literários e teatrais. É autor do livro O Jornalismo é um Humanismo, referência e fonte de consulta entre estudantes de graduação na área.

Em 2006, deixou a Univer­sidade Positivo para assumir o cargo de coordenador do curso de Jornalismo na UniBrasil, onde se notabilizou por desenvolver programas culturais para estudantes, entre eles o Grutun! (Grupo de Teatro Universitário), além de tevê e radioweb da instituição.