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Cárcere privado

Jornalistas ficam 40 minutos nas mãos de sem-terra

Cascavel – Duas equipes de reportagem e dois oficiais de justiça foram mantidos em cárcere privado por um grupo ligado ao Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), na manhã de ontem, em Cascavel (Oeste do estado). A ação dos sem-terra se deu quando os oficiais davam ciência de uma ordem de reintegração de posse, que determina cinco dias de prazo para que os invasores deixem a fazenda Bom Sucesso. Os jornalistas e os oficiais foram impedidos de sair da área por cerca de 40 minutos e foram liberados somente após a chegada da polícia.

Os oficiais de justiça Luiz Carlos Barros e Sérgio Ramos foram entregar a ordem judicial. O repórter Jonas Soter, da Rádio CBN, e uma equipe da CATVE, com a estagiária Iane Santos Cruz e o cinegrafista Alessandro Rocha, acompanhavam os oficiais para fazer a cobertura quando foram surpreendidos pelos sem-terra, que começaram a gritar palavras de ordem, trancaram a porteira da área e avisaram que ninguém mais iria sair do local.

Soter ligou para a rádio e entrou ao vivo com a notícia, enquanto os oficiais de justiça, que tinham acabado de fazer uma vistoria na fazenda, ligaram para a juíza da 2.ª Vara Cível da Comarca, Sandra Regina Bittencourt Simões, e também para o 6.º Batalhão de Polícia Militar. "Eu acho que eles fizeram isso para chamar a atenção. Disseram que ali quem mandava era eles", relata Barros. O repórter da CBN conta que alguns sem-terra criticaram a imprensa e que o grupo começou a soltar rojões na tentativa de intimidar os profissionais. Soter contou que crianças, mulheres e idosos ficaram na frente da porteira da fazenda e homens entre 20 e 40 anos ficaram mais afastados, próximos aos barracos. "Acho que eles davam garantia aos outros", diz.

Segundo o repórter, os líderes do movimento não apareceram no local. Um sem-terra identificado como Joaquim parecia comandar a ação e um dos integrantes saiu do local e retornou em seguida com um homem, identificado como Vílson. Eles fizeram uma reunião. "Eles estavam monitorando a polícia. Foram avisados e quando as viaturas estavam chegando, abriram a porteira e liberaram todos", conta Soter.

Na fazenda de 60 alqueires, ocupada há cerca de dois anos pelo MLST, existem 156 barracos armados e cerca de 500 acampados. Nenhum líder local do MLST foi encontrado para falar sobre o caso.

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