A estudante universitária de Cascavel que foi diagnosticada com Síndrome de Stevens-Johnson, uma enfermidade rara que faz a pele aparentar ter queimaduras, será tratada em um leito do Hospital Evangélico, em Curitiba. A família estava em busca de uma vaga no estabelecimento de saúde, referência no tratamento de queimados, desde o último domingo (12). Fernanda Beatriz Gallina Araújo, 19 anos, deve chegar à capital paranaense na madrugada desta quinta-feira (16).
O Hospital Evangélico confirmou que uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) está disponível para Fernanda. Ela saiu da cidade do Oeste do estado de ambulância por volta das 16 horas. A princípio, os familiares cogitaram trazer Fernanda ao novo hospital de avião, mas os médicos do Hospital Doutor Lima, onde ela estava internada, desaconselharam o meio de transporte, tendo em vista que ela tem lesões internas que podem prejudicar a respiração em grandes altitudes.
O tio de Fernada, José Carlos Calin Junior, comemorou a notícia de que ela poderá ser tratada em Curitiba. "Hoje de manhã quando procuramos o [Hospital] Evangélico já estava disponível a vaga. Ainda bem que conseguimos, estávamos com medo de perder essa menina", disse.
O caso
A Síndrome de Stevens-Johnson é uma espécie de alergia muito forte que pode ser provocada por vários fatores, entre eles infecções por vírus, fungos, bactérias, vacinas ou em decorrência do uso de alguns tipos de medicamentos. A pele da pessoa que desenvolve a síndrome fica semelhante a de uma pessoa que teve queimaduras.
O tio de Fernanda disse que a menina começou a ter dor nos olhos na quinta-feira (9) à noite. Ela estava na faculdade e ligou para os pais irem buscá-la. Já na sexta-feira (10) pela manhã, ela piorou e passou a ter dores de cabeça, o que motivou a primeira ida ao médico. Nesta consulta o diagnóstico foi uma virose, mas já à tarde ela piorou e foi levantada a hipótese de sarampo ou difteria.
Uma infectologista esteve no local e constatou que se tratava da Síndrome de Stevens-Johnson. A partir de então, a família começou a buscar por conta própria uma vaga na ala de queimados do Hospital Evangélico de Curitiba, já que o tratamento da doença consiste, além da administração de medicamentos específicos, em colocação de pele nos locais das lesões.