Os dois homens que, na madrugada de quinta-feira (25), assassinaram o jovem Julio Gabriel dos Santos Nunes, de 20 anos, decidiram matá-lo porque ele teria se recusado a entregar um maço de dinheiro que somava R$ 400. Nunes foi morto a pauladas em um terreno do bairro Santa Felicidade, em Curitiba. A versão foi dada à imprensa pelos próprios acusados pelo crime, Thiago Razini, de 24 anos, e Jaime Antonio Rocha, de 27 anos, que foram apresentados na tarde desta sexta-feira (26) pela Delegacia de Homicídios (DH).
Na apresentação, Rocha estava descalço e sem camisa, porque quando foi preso, na tarde de quinta-feira, ele usava um par de tênis e uma camiseta da vítima. Razini havia sido preso em um casa no bairro Santa Cândida pela manhã.
De acordo com os acusados, eles abordaram Nunes e um amigo, que tomavam vinho em frente a uma residência, e venderam-lhes uma blusa de moletom por R$ 30. Ao efetuar o pagamento, os dois viram que o jovem portava um maço de dinheiro.
Feito o pagamento, os bandidos foram até um ponto de venda de drogas, onde compraram e consumiram crack. Depois de usarem o entorpecente, os dois voltaram aonde os jovens se encontravam e tentaram vender-lhes uma camiseta. Como Nunes se recusou a comprar, os acusados pediram carona até um posto de gasolina. No estabelecimento, os Rocha e Razini teriam anunciado o assalto e rendido os jovens, sem nenhuma arma.
A execução
De acordo com os acusados, os jovens foram levados de carro até um matagal situado próximo à Rua João Menegusso, também em Santa Felicidade. Lá, um dos jovens teria sido preso no porta-malas do carro, enquanto Nunes foi levado pelos bandidos a alguns metros dali, onde exigiram que ele lhes desse o dinheiro.
Como Nunes se negou a entregar-lhes o maço, os dois o agrediram com golpes de pau até a morte. Após ter matado o rapaz, os dois também executariam o outro jovem. Mas o amigo da vítima acabou enganando os bandidos, dizendo que os levaria a um desmanche onde poderiam vender o carro de Nunes, um Honda Fit. Em uma curva, o jovem conseguiu pular do carro em movimento e procurou a polícia.
Vítima
Inicialmente, a polícia também trabalhava com a possibilidade de o amigo de Nunes ter participado da execução. Isso porque o rapaz teria apresentado um depoimento confuso e contraditório à polícia. Entretanto, com a prisão dos dois acusados, a DH acredita que o jovem também tenha sido vítima. "Trabalhamos durante toda a quinta-feira neste caso e não há nada que comprove ou que aponte o envolvimento deste outro rapaz no crime", disse a delegada Vanessa Alice.
A DH tem dez dias para concluir o inquérito policial. Rocha já tinha sua prisão preventiva decretada pela Justiça por um crime do qual ele é acusado de ter cometido em 2002. Os acusados foram indiciados por latrocínio, cuja pena mínima é de 15 anos.