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Caso James

Jovem recebe alta três dias após amputar a perna

Três dias após ter a perna esquerda amputada, o estudante Guilherme Carvalho Koerich, de 18 anos, que teria sido agredido por seguranças do James Bar, em Curitiba, recebeu alta do hospital na tarde de ontem. Em entrevista ao jornal Paraná TV, da RPCTV, o pai do rapaz, Jonas Koerich, comentou o caso. "Não havia a necessidade de nenhuma violência, nenhuma truculência, e não há justificativa para isso. Esse é o fator maior da nossa revolta. A gente tá completamente chocado com a situação", disse.

A suposta agressão teria ocorrido na madrugada de 6 de maio, após o jovem informar que não tinha dinheiro suficiente para quitar a conta do bar (R$ 60). Ao tentar sair do local sem pagar, ele teria sido perseguido por um segurança, que o alcançou.

Segundo o delegado responsável pelas investigações, Rogério Martin de Castro, algumas testemunhas começaram a ser ouvidas ontem, e pelo menos outras 18 devem depor ainda nesta semana. O advogado da família de Guilherme, Edson Rangel Júnior, disse que o rapaz reconheceu o funcionário envolvido no incidente quando ainda estava no hospital. "Dois policiais foram extraoficialmente ao hospital e levaram fotos dos funcionários que trabalhavam no bar naquela noite. Ele [Guilherme] apontou sem sombras de dúvidas quem foi que o agrediu", afirmou.

Na última segunda-feira, uma equipe de profissionais da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) realizou uma perícia no estudante. Os exames foram feitos somente após a amputação, realizada em decorrência de uma séria infecção que obstruiu a artéria da perna e complicou o funcionamento dos rins. Segundo a Sesp, o resultado sairá em oito dias.

Histórico

O James Bar já foi condenado por um caso de violência ocorrido dentro do estabelecimento. Em 2011, a casa foi sentenciada pelo Tribunal de Justiça do Paraná a pagar R$ 10 mil de indenização para uma mulher agredida por outro cliente em 2005. Segundo a mulher, ela apanhou de um homem porque era homossexual e nenhum funcionário do bar tentou impedir a agressão. Além do James, o agressor também foi condenado a pagar o mesmo valor para a vítima.

O relator do processo, desembargador Nilson Mizuta, justificou sua decisão argumentando que todo estabelecimento comercial, além de proporcionar os serviços de bar, música e entretenimento, tem a obrigação de oferecer um mínimo de segurança aos clientes. "A prevenção poderia e deveria ter ocorrido através da contratação de pessoal especializado e em número suficiente para conter os impulsos agressivos de terceiros", disse o desembargador.

Colaborou Elisa Lopes

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