As duas jovens que acusam um casal de mantê-las em cárcere privado no bairro Atuba, em Curitiba, voltaram para a cidade de Uruguaiana (RS) durante a madrugada desta terça-feira (25). Os pais das duas meninas vieram até Curitiba para buscá-las no Conselho Tutelar do Boa Vista, onde eram mantidas sob guarda após serem resgatadas da residência no Atuba. O casal acusado do crime foi preso em flagrante.

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A moça de 20 anos e a adolescente de 15 vieram do Rio Grande do Sul para Curitiba com o intuito de estudar e já conheciam o casal com quem iriam ficar. Ao chegar, porém, teriam sido submetidas ao cárcere. No sábado (22), ela saíram da residência com a ajuda de vizinhos, que denunciaram o caso à Polícia Militar (PM). As duas passaram por exames no Instituto Médico Legal (IML), que devem servir como provas para o inquérito instaurado no 7° Distrito Policial (DP) de Curitiba.

Segundo o conselheiro tutelar Lucas Dalpra, as famílias de ambas as vítimas chegaram de madrugada e logo embarcaram em um ônibus em direção ao Rio Grande do Sul. "Elas não passaram por acompanhamento psicológico em Curitiba, o que pode ocorrer em Uruguaiana, caso o conselho Tutelar da cidade assim considere necessário", afirma o conselheiro.

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De acordo com o delegado Ricardo de Miranda Monteiro, do 7° DP, a adolescente e a moça foram ouvidas antes de seguirem viagem para Uruguaiana. A jovem de 20 anos alegou que era mantida em condições análogas à escravidão há seis meses e a adolescente disse que foi mantida por dois anos nestas condições. "Temos agora dez dias para concluir o inquérito. Estamos esperando os exames de corpo de delito das vítimas e os exames de local para averiguar se há indícios de cárcere privado", diz o delegado.

Os dois acusados, em depoimento, negaram a autoria do crime. Caso seja apontada a participação eles no caso, eles serão indiciados por cárcere privado, manter as vítimas em condições análogas à escravidão e, no caso do homem, de estupro de vulnerável – há denúncia de que o homem teria abusado sexualmente de ambas as vítimas.