Brasil gasta mais de R$ 20 bi para tratar doenças
Da Redação, com agência
O Brasil gastou 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 para tratar doenças relacionadas ao tabaco, conforme levantamento feito pela organização não governamental Aliança do Controle do Tabagismo (ACT). Os gastos somaram quase R$ 21 bilhões no ano passado. As informações são da Agência Brasil.
De acordo com os dados da ACT, 82% dos casos de câncer de pulmão no país são causados pelo fumo. Outros problemas de saúde também são provocados pelo cigarro: 83% dos casos de câncer de laringe estão relacionados ao tabagismo, 13% dos casos de câncer do colo do útero e 17% dos casos de leucemia mieloide.
No Distrito Federal, por exemplo, a arrecadação, em média, é R$ 6,2 milhões mensais com a venda de cigarros (o valor corresponde a 25% do preço por maço). Por outro lado, o governo local gasta R$ 18 milhões por mês com o tratamento de doenças vinculadas ao fumo, segundo o pneumologista e coordenador do Programa de Controle do Tabagismo da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Celso Rodrigues.
Para o médico, os números mostram o impacto do vício na saúde. De acordo com Rodrigues, o tabagismo cria dependência química, física e psicológica, o que influencia no tratamento. "É muito importante que a pessoa entenda a relação dela com o cigarro", diz.
O cigarro vicia porque o principal componente a nicotina faz com que o cérebro libere dopamina, hormônio que dá uma sensação agradável. O organismo do fumante passa a pedir doses maiores para que a sensação se repita e surge a necessidade de fumar cada vez mais.
Os males causados pelo fumo não são apenas relacionados ao sistema respiratório. Segundo Mônica Andreis, vice-diretora da ACT, o cigarro também causa câncer de bexiga, boca, língua, faringe, problemas de fertilidade e derrame cerebral.
Dobro
A ingestão de nicotina varia de 10 a 20 mg em uma sessão de uma hora de narguilé. No mesmo período, um fumante de cigarro industrializado consumiria 5 mg de nicotina.
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A população jovem está trocando o cigarro pelo narguilé, o tradicional cachimbo de água oriental. O alerta foi divulgado ontem, Dia Nacional de Combate ao Fumo, pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), que fez uma revisão da Pesquisa Especial sobre Tabagismo (PETab), divulgada em 2008 pelo IBGE. Já naquele momento, 270 mil brasileiros utilizavam o narguilé. Levantamento do Inca, em 2011, mostrou que um em cada cinco estudantes de Odontologia, em São Paulo, utilizam outros produtos de tabaco que não o cigarro destes, 85% deles usavam narguilé. Entre alunos de 13 a 15 anos de São Paulo, o uso de narguilé chegava a 93%, entre os 22% que informavam consumir outros produtos de tabaco, além do cigarro industrializado.
"Quando a PETab ficou pronta, em 2008, havia 25 milhões de brasileiros usando tabaco; desses, 24 milhões fumavam cigarro. Não parecia ser importante o uso do narguilé no Brasil. Mas estudos internacionais chamaram a atenção para o problema. Fomos analisar e vimos que eram 270 mil já em 2008. O narguilé induz à dependência em tabaco da população jovem", diz a coordenadora da Divisão de Epidemiologia do Inca, Liz Almeida. A PETab é uma pesquisa quinquenal. A próxima será feita em 2013.
O narguilé é um grande cachimbo composto de um fornilho, onde o fumo é queimado, um recipiente com água perfumada que o fumo atravessa antes de chegar à boca e uma mangueira, por onde a fumaça é aspirada.
Bomba de tabaco
Uma sessão de narguilé de 60 minutos equivale a estar em um ambiente em que são consumidos 100 cigarros. A ingestão de nicotina nesse período varia de 10 a 20 mg. No mesmo período, um fumante de cigarro industrializado consumiria 5 mg de nicotina.
"Existe uma ideia equivocada de que o narguilé é inócuo. E não é. A água não filtra absolutamente nada; é tão ou mais perigoso que o cigarro e a pessoa está exposta a 4.720 componentes tóxicos", afirma a psiquiatra e chefe do Setor de Dependências Químicas da Santa Casa, Analice Gigliotti. Ela lembra ainda que as fontes de aquecimento utilizadas, como carvão, por exemplo, liberam outros compostos químicos perigosos, como metais e monóxido de carbono.
Além da PETab, o uso do narguilé apareceu em outros levantamentos, como o Perfil de Tabagismo em Estudantes Universitários do Brasil (PETuni), do Inca, feito em capitais como São Paulo, Brasília e Florianópolis, em que 55% dos universitários que declararam consumir outros produtos do tabaco informaram usar narguilé. E no Vigilância de Tabagismo em Escolares (Vigescola), do Ministério da Saúde, que estudou o consumo de tabaco entre adolescentes de 13 a 15 anos.
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