Terreno invadido fica no entorno do estádio Itaquerão| Foto: Peter Leone/Futura Press/Folhapress

Aluguel

As famílias da Copa do Povo argumentam não ter dinheiro para pagar os altos valores do aluguel na região de Itaquera – o valor de uma casa com quatro cômodos teria saltado de R$ 250 mensais, em janeiro, para R$ 600 em março, estimulado pela realização da Copa.

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A Justiça de São Paulo determinou ontem a reintegração de posse no terreno onde está a ocupação Copa do Povo, em Itaquera, na zona leste da capital. No despacho proferido menos de 48 horas após receber pedido da construtora Viver Empreendimentos, dona da área, o juiz Celso Maziteli Neto, do Fórum de Itaquera, aciona a Polícia Militar e diz que as cerca de 2 mil famílias que montaram barracos no local têm 48 horas para fazer a "desocupação voluntária" do terreno de 155 mil metros quadrados, localizado a 4 quilômetros da Arena Corinthians.

As famílias prometem resistir. "Isso aqui [terreno] só servia para uso de drogas, assaltos, estupros, descarte de carros e desova de cadáveres", afirma o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos. A entidade já recorreu da decisão.

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A Viver Empreendimentos (antiga Inpar) coloca a área em Itaquera em seu "banco de terrenos", cujo valor total chega a R$ 3,9 bilhões, conforme balanço da Comissão de Valores Imobiliários (CMV) divulgado no dia 31 de dezembro de 2013. O terreno, avaliado em mais de R$ 580 milhões, era reservado para a construção de prédios residenciais. O prefeito Fernando Haddad (PT) já sinalizou, porém, que poderá adquirir a área e reservá-la para a construção de moradias populares do Programa Minha Casa Minha Vida.