O juiz Ronaldo Sansoni Guerra, da 2.ª Vara Criminal de Curitiba, mandou fazer uma nova perícia para apurar o motivo da morte do bebê de 7 dias, que pode ter sido vítima de abuso sexual. Os advogados dos principais suspeitos, os pais da criança (presos há 90 dias), apresentaram um parecer médico à Justiça na terça-feira, dizendo que o menino não foi vítima de abuso, mas de uma doença grave a Síndrome de Fournier, que ataca e necrosa a genitália e região, entre outras partes, e quase sempre é fatal. A doença tem 70 casos registrados no mundo em crianças recém-nascidas.
O bebê morreu no dia 7 de julho deste ano, na Clínica e Maternidade Mater Dei. Ele foi internado com febre alta, convulsões, infecção generalizada e marcas nas nádegas. Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), a criança teve uma lesão no ânus, que causou a morte. A investigação concluiu que os pais seriam os responsáveis pela lesão.
O parecer médico que os inocenta é assinado pelos médicos Maria Cristina Marcelo da Silveira, Sílvio Machado, Sylvio Gilberto Avilla, da equipe do Hospital Pequeno Príncipe, e por um professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que pediu para não ser identificado. Ele foi feito em cima de documentos (prontuários médicos sobre a gestação da mãe e o nascimento do bebê, e o laudo do IML sobre a morte) e nove fotografias digitais das nádegas da criança.
Segundo os advogados Nilton Ribeiro de Souza e Luciano Nei Cesconetto, a contraprova deve colocar em liberdade provisória os seus clientes, o assessor político Nilson Moacir Oliveira Cordeiro e a secretária Any Paula Fascolin. "Respeito o promotor e o juiz e acredito muito na decisão favorável deles", disse Souza. No mínimo, o parecer coloca em dúvida o primeiro laudo do IML.
Para o Ministério Público Estadual, o parecer médico não tem valor jurídico e não vai substituir o laudo do IML. Já a delegada Paula Brisola justificou que a investigação que resultou no processo contra os pais levou em conta as informações da maternidade Mater Dei e a perícia do IML.
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