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Entenda o conflito

Inaugurada em 1986, área da Syngenta foi alvo de disputa judicial.

14 de março de 2006 – Integrantes da Via Campesina e do MST ocupam a unidade de pesquisas da Syngenta Seeds em Santa Tereza do Oeste. O movimento acusa a empresa de testar ilegalmente sementes geneticamente modificadas no entorno do Parque Nacional do Iguaçu. A empresa alega que sempre teve autorização para suas atividades. Dois dias depois, a Justiça concede a reintegração de posse.

21 de março de 2006 – O Ibama multa a Syngenta em R$ 1 milhão, por cultivo de transgênicos na zona de amortecimento do parque.

8 de novembro de 2006 – As famílias deixam a unidade, retomada pela Syngenta, e acampam em área ao lado. No dia seguinte, o governo do estado desapropria a estação. Passados mais quatro dias, a área é novamente ocupada pelos sem-terra, que prometem transformar o local num centro de agroecologia.

1° de fevereiro de 2007 – A Justiça suspende a desapropriação. O governo promete recorrer.

4 de junho de 2007 – A Syngenta consegue liminar anulando a multa de R$ 1 milhão aplicada pelo Ibama.

18 de julho de 2007 – Após disputa judicial, a Syngenta retoma a posse da estação.

21 de outubro de 2007 – A Via Campesina e o MST voltam a ocupar a área. Tiroteio entre sem-terra e seguranças deixa dois mortos – o sem-terra Valmir Mota de Oliveira, o Keno, e o segurança Fábio Ferreira de Souza – e nove feridos. O Ministério Público indicia 19 pessoas.

30 de novembro de 2007 – A Justiça Federal proíbe a Syngenta de plantar transgênicos no entorno do parque.

14 de outubro de 2008 – A Syngenta doa a área ao governo do Paraná, que implantará um centro de pesquisa do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).

O segundo dia de depoimentos sobre o confronto entre sem-terra e seguranças na Fazenda Syngenta, que deixou dois mortos em outubro de 2007, foi marcado pelo comparecimento de apenas seis das 21 testemunhas de acusação convocadas para depor. Caso o Ministério Público decida reconvocar os ausentes, o juiz Juliano Nanuncio, da 1ª Vara Criminal, já marcou nova data: 28 de maio.

A audiência de ontem, no Fórum de Cascavel, começou às 13 horas e terminou bem antes do previsto, por volta de 15h30. Na segunda-feira, no primeiro dia de audiência, apenas 10 das 20 testemunhas compareceram. Segundo Nanuncio, a ideia é dar prosseguimento às audiências nos dia 29 de maio e 1º de junho, para ouvir as mais de 50 testemunhas de defesa.

Entre as seis pessoas que compareceram à audiência de ontem estava o gerente de pesquisa da Syngenta Seeds, Arnaldo Bellucci. Durante o depoimento, ele foi pressionado pelos advogados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e daVia Campesina para que esclarecesse uma cláusula no contrato entre a empresa e a NF Segurança, que estabelecia que em caso de "invasão o número de vigilantes deveria ser dobrado".

Bellucci sustentou que não tinha conhecimento sobre essa cláusula e que a única orientação da empresa era para que, em caso de invasão, os seguranças "não reagissem e simplesmente abandonassem a área". Além dele, foram ouvidos policiais, um agricultor e o dono de uma transportadora que prestou serviço para a NF Segurança.

"Apesar de esse ser um caso complexo, com 19 acusados e mais de 100 testemunhas, e ainda se tratar de julgamento de réus soltos, o que não é prioridade para o Judiciário, acredito que tudo está andando bem, com rapidez", avaliou o juiz.

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