Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, 24 anos, não será submetido a exame de sanidade mental. Ao receber na última terça-feira a denúncia oferecida pelo Ministério Público contra o jovem, o juiz José Marco Silva, da Vara do Júri de Osasco, na Grande São Paulo, não deferiu o pedido, feito pela defesa do rapaz, assassino confesso do cartunista Glauco Vilas-Boas e do filho dele, Raoni Ornelas, no dia 12 de março. O juiz não justificou o porquê do indeferimento.
A avaliação solicitada pela defesa de Cadu contou com o aval do MP. Com ela, pretende-se apurar se o jovem sofre de alguma doença mental e se esta poderia ter contribuído para o comportamento dele ao matar a tiros Glauco e Raoni.
O resultado do exame poderia mudar o destino do réu. Caso ficasse comprovado que Cadu não estava totalmente ciente dos seus atos e ele for condenado, em vez de ser encaminhado à cadeia ele iria para um hospital psiquiátrico.
O coordenador do Programa de Psiquiatria e Psicologia Forense do Hospital das Clínicas, Antonio de Pádua Serafim, afirmou que, mesmo após tanto tempo, é possível avaliar se o ato cometido pelo jovem fora influenciado por alguma doença, por meio do histórico de vida dele.
O advogado de Cadu, Gustavo Badaró, disse que pretende requerer novamente o exame. Ele enviará ao juiz, dentro de 10 dias, a avaliação feita por dois médicos enquanto Cadu era mantido na delegacia da Polícia Federal em Foz do Iguaçu. Os psicólogos, segundo ele, chegaram a prescrever um antipsicótico. Hoje, Cadu é mantido na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná.