Boa Vista - O presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Jirair Meguerian, vai acompanhar, em Pacaraima (RR), a saída de não índios da terra indígena Raposa Serra do Sol. Hoje termina o prazo dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que arrozeiros e não índios deixem a reserva.

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Segundo a Polícia Federal, Meguerian pode até analisar pedidos de prisão contra quem desrespeitar a ordem de saída do local. O plano é agilizar o processo de retirada. Responsável pela operação de saída dos não índios, a PF diz que, se for necessário, mandará pedidos de prisão ao juiz, que imediatamente irá analisar os casos. O presidente do TRF deve ficar no estado até o dia 8.

O líder dos arrozeiros que permanecem na terra indígena, Paulo César Quartiero, declarou que não haverá resistência armada, mas ele afirmou que vai ficar em sua propriedade hoje e só vai sair quando receber uma ordem judicial.

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Quartiero afirmou que ainda há muitos não índios na Raposa Serra do Sol porque eles não receberam nenhum tipo de auxílio do governo federal para deixar a área.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse ontem que a retirada dos não índios deve ser concluída de forma pacífica. "O clima é altamente positivo. Tenho a impressão de que não teremos problemas graves’’, comentou.

Genro disse que a prorrogação do prazo para a saída dos invasores depende de decisão do ministro-relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto. "Estamos em fase de execução da sentença. Se o Ayres Britto disser que tem mais prazo, teremos.’’

Os arrozeiros pedem mais 15 dias de prazo para sair da área invadida. Eles alegam que precisam de mais dias para terminar a colheita do arroz plantado no território indígena.

Divisão

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As benfeitorias e propriedades serão divididas entre os cerca de 18 mil índios que vivem na área da reserva. A decisão sobre a distribuição e destinação dos bens terá que ser tomada em conjunto por oito associações indígenas, que representam os moradores da reserva, junto com a Funai.

As duas maiores associações, o Conselho Indigenista de Roraima (CIR) e a Sociedade dos Índios Unidos em Defesa de Roraima (Sodiu-RR) sempre tiveram posições distintas sobre a presença de não índios na reserva e não deverão entrar facilmente em consenso sobre a distribuição dos bens. Entre as benfeitorias estão casas, galpões e depósitos construídos pelos rizicultores e pelas famílias de pequenos agricultores.