Ouça este conteúdo
A juíza Ludmila Lins Grilo, que ganhou fama nas redes sociais por posicionamentos contrários ao politicamente correto, está sendo alvo de um processo disciplinar da corregedoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) por conta de um tuíte em que critica a fé cega da Justiça em alegações de estupro, lesão corporal e outros crimes contra mulheres.
Em fevereiro de 2020, ela afirmou:
O procedimento contra a juíza teve origem no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2020. Uma conselheira viu o tuíte, considerou que se tratava de uma falta funcional, e enviou a matéria para a corregedoria do tribunal mineiro, que pediu informações. Ludmila permaneceu revel, isto é, recusou-se a prestar informações, e o processo disciplinar foi instaurado há alguns dias. O julgamento ocorrerá no dia 22 de junho.
>> Faça parte do canal de Vida e Cidadania no Telegram
“A alegação deles é de que eu me manifestei sobre condutas de outros magistrados. Só que, evidentemente, o tuíte não faz referência a nenhum caso concreto, a nenhum caso julgado por ninguém, a nenhum juiz. É um tuíte totalmente abstrato, dentro da minha liberdade de expressão. O juiz é proibido de fazer comentários sobre processos que estão em andamento, processos específicos que estão rolando. Ali eu não estava falando sobre nenhum processo, eu estava dando uma opinião genérica”, disse Ludmila à Gazeta do Povo nesta sexta (3).
Para a juíza, não há o que explicar sobre seu tuíte. Ela afirma que não pedirá desculpas pelo conteúdo publicado, e critica o fato de que personalidades canceladas ou perseguidas por manifestarem sua opinião decidam ceder em casos em que não cometeram nenhum crime.
“Se você passou de 15 anos de idade, você não tem mais justificativa para se desculpar de coisas que você não fez. Isso é próprio das pessoas maduras. Foi isso mesmo o que eu falei, e eu ratifico. É exatamente isso que eu penso, e eu mantenho. Se isso é violação de alguma coisa, então julguem. Fiquem com a desonra apenas eles, não eu”, afirma.
Ludmila participou nesta sexta da I Conferência Internacional da Liberdade, em painel com a presença do jurista Modesto Carvalhosa e da procuradora regional da República Thaméa Danelon. Em sua fala, ela também fez menção ao caso: “A minha defesa, sabe qual foi? ‘Ratifico integralmente as minhas palavras!’ O mundo vai tentar te calar. O mundo vai fazer de tudo para te apertar, te moer, e a maioria vai se curvar. Só que a gente vai precisar de alguns que não se curvem, para manter a sanidade do país.”
VEJA TAMBÉM: