O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) instaurou, na última terça-feira (20), um processo administrativo contra a juíza Joana Ribeiro Zimmer, que era titular da 1ª Vara Cível da Comarca de Tijucas (SC). Ela analisou o caso da menina de 11 anos, grávida de quase 7 meses, que acabou fazendo o aborto, após pressão do Ministério Público Federal (MPF) e de ONGs abortistas, mesmo que o bebê já fosse viável fora do útero.
>> Faça parte do canal de Vida e Cidadania no Telegram
O caso ganhou comoção nacional após a repercussão de um vídeo de uma audiência da mãe do bebê com a juíza Zimmer e a promotora Mirela Dutra Alberton, do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC). Nas imagens, a magistrada pergunta se a menina aceitaria seguir com a gravidez, que já estava quase no 7º mês, para que o bebê tivesse mais chances de sobreviver fora do útero, e a menina concorda com a proposta.
Na época, a juíza também determinou o encaminhamento da menina para uma casa de acolhimento, após receber as conclusões de investigações policiais mostrando que o estuprador poderia estar em sua residência, acobertado pela família.
A família da menina decidiu ir à Justiça depois que médicos do Hospital Universitário de Florianópolis negaram a possibilidade do procedimento, justificando que o bebê já tinha passado das 22 semanas de gestação e já era viável fora do útero. A decisão dos médicos está em consonância com recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Mesmo assim, após pressão de ONGs abortistas, meios de comunicação e do MPF, o aborto acabou sendo realizado. O caso foi investigado também pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina, em Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que chegou à conclusão da existência de uma rede de profissionais que teria distorcido a história nos meios de comunicação para fomentar a interrupção da gravidez.
A abertura de um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra a juíza foi determinada após o corregedor nacional de Justiça Luis Felipe Salomão aceitar uma denúncia.
No documento de instauração do inquérito, o ministro afirmou que as decisões da juíza teriam sido responsáveis por “violência institucional” o que teria “revitimizado” a menina. Salomão criticou a retirada da menina da família.
Seguindo o voto do relator pela abertura do PAD, os conselheiros conjecturaram que a magistrada teria atuado por convicções religiosas, o que não consta nos autos - a juíza citou apenas a legislação vigente para tomar as decisões. Por não atuar mais na Vara de Infância, Salomão decidiu não afastar a juíza das suas funções durante as investigações.
Relembre o caso
No mês de junho do ano passado, um texto em um site de notícias, sem informações exatas sobre o caso, narrou que uma menina de 11 anos, vítima de estupro e grávida de quase sete meses, teria sido mantida em um abrigo longe da família para, supostamente, evitar que sofresse um aborto.
Na verdade, o afastamento da família se deu pelo fato de o possível estuprador estar na mesma casa – fato omitido pelo site. A reportagem gerou grande repercussão e fez com que diversas entidades da sociedade civil e políticos se manifestassem pedindo que o aborto fosse realizado com urgência. Nesse cenário, o Ministério Público Federal (MPF) orientou que fosse realizado o aborto, apesar de o bebê já ter mais de 22 semanas e ser viável fora do útero - ou seja, não seria mais tecnicamente um aborto, mas um infanticídio.
O hospital que havia negado o procedimento, pelo tempo avançado de gestação, acabou cedendo à pressão e fez o aborto em 23 de junho do ano passado.
Mais tarde descobriu-se que, além de omitir que o suposto estuprador estaria na casa da menina, a reportagem do veículo pró-aborto omitiu uma informação do delegado Alison da Costa Rocha, da Polícia Civil de Santa Catarina (PC-SC), responsável pela investigação do caso, de que a criança teria engravidado após ter relações com um adolescente de 13 anos. O pedido para o acolhimento institucional da criança, determinado pela juíza Joana Ribeiro Zimmer, tinha partido do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) justamente para afastá-la do risco de novos abusos. Mesmo assim, em trecho da reportagem, há menção ao abrigo como um “cárcere”.
Médicos afirmam que Lula não terá sequelas após mais uma emergência de saúde em seu 3º mandato
Mudanças feitas no Senado elevam “maior imposto do mundo” para 28,1%
Projeto que eleva conta de luz em 7,5% avança no Senado e vai para o plenário
Congresso dobra aposta contra o STF e reserva R$ 60 bi para emendas em 2025
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora