O julgamento sobre a homologação contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR) deverá ser retomado em março. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilamr Mendes, disse nesta quarta-feira (25) que o plenário da Corte deverá se reunir no próximo mês para analisar o caso. O julgamento foi adiado por um pedido de vista do ministro Marco Aurélio Mello.

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Oito ministros já tinham votado pela manutenção da área de 1,7 milhão de hectares, quando Mello pediu vista. No local onde foi demarcada a terra indígena pelo governo federal, em 2005, existem várias propriedades de não-índios e também plantações de arroz. A questão da homologação da terra já gerou vários conflitos entre índios e não-índios.

Outro julgamento que deve entrar na pauta do plenário em março é o pedido de extradição feito pelo governo italiano do escritor e ex-ativista político italiano Césare Battisti. Ele recebeu refúgio político por decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, no início desse ano.

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Ao saber do asilo, o governo italiano enviou uma carta ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na qual considerou "grave" o asilo dado a Battisti. O ativista foi condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana, acusado de quatro assassinatos, envolvimento na luta armada, roubo, posse de arma de fogo e atos de violência, que teriam sido praticados entre 1977 e 1979, quando ele era integrante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).

Battisti se refugiou na França, em 1981, e foi condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana na década de 1990, mas o governo francês negou o pedido de extradição. Quando a sua condição de refugiado foi revogada, fugiu para o Brasil. Ele foi preso pela Polícia Federal, em março de 2007, no Rio de Janeiro, e depois transferido para Brasília, onde está preso à espera de decisão do STF sobre o pedido de extradição e o refúgio concedido pelo governo brasileiro.

Também deve entrar em pauta no STF, entre abril e maio, o julgamento da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa pelo hoje deputado Antonio Palocci (PT-SP). Na época, Palocci era ministro da Fazenda e articulou a quebra do sigilo do caseiro, por ele ter denunciado a participação de Palocci em reuniões numa casa alugada por lobistas.

Depois que Costa denunciou Palocci, o extrato bancário do caseiro foi publicado em uma revista semanal. Investigações da Polícia Federal concluíram que foi o ex-ministro da Fazenda quem pediu ao então presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Matoso que quebrasse o sigilo do caseiro. Também teve envolvimento no caso o ex-assessor de imprensa de Palocci Marcelo Netto.

Palocci foi indiciado pelos crimes de quebra de sigilo funcional, quebra de sigilo bancário, prevaricação e denúncia caluniosa. O ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso foi denunciado por quebra de sigilo funcional e bancário, e o ex-assessor de Palocci Marcelo Netto por quebra de sigilo bancário.

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