O julgamento de Paulo de Estevão de Lima, o "Paulinho do Brejo", acusado de matar a psicóloga Telma Fontoura, de 53 anos, começa nesta quarta-feira (23), a partir das 9 horas, em Matinhos, no Litoral. A decisão de condenar ou absolver o réu cabe a um júri popular. Lima está preso desde o ano passado e foi denunciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Sobrinha do ator Ary Fontoura e filha do ex-secretário de estado da Saúde Ivan Fontoura, Telma lecionava na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) há 27 anos. Ela foi encontrada enterrada na praia do balneário Shangri-lá, em Pontal do Paraná, no dia 12 de julho de 2010, depois de sair para caminhar na tarde do dia 11.
Júri
Para a equipe de acusação, não há dúvidas da autoria do crime. "A defesa alega uma insuficiência de provas que não existe. O caso está bem amparado e existem muitas provas para a condenação. Nem a acusação, a promotoria ou a família têm dúvidas da autoria do crime", afirma a advogada Patríca Regina Piasecki, integrante da equipe.
O advogado de defesa do réu, Cezar Giovani Ferreira da Silva, contesta as provas e a forma como foi conduzida a investigação. Para ele, o fato de as roupas estarem com areia não serve de prova porque o acusado mora na praia e caminha pela areia com frequência. Ele também questiona a pegada encontrada próxima ao local do crime. Segundo Silva, a chuva no dia anterior impossibilitaria o reconhecimento de uma pegada. Além disso, ele argumenta que seu cliente calça 42, enquanto a pegada é de um tênis 37.
Segundo Patrícia, não há possibilidade de o júri não ocorrer. Onze pessoas serão ouvidas, entre testemunhas de defesa e acusação, e o réu será interrogado. A expectativa da acusação é de que o julgamento se estenda por um longo período, mas seja encerrado ainda nesta quarta-feira.
Familiares e amigos de Telma estão em Matinhos para acompanhar o julgamento. Entre os presentes, está o ator Ary Fontoura, tio de Telma.
Júri popular
No júri popular, 25 pessoas terão de se apresentar no dia e sete serão escolhidas por sorteio para que avaliem se o réu é culpado ou inocente. Os advogados de acusação e defesa, bem como as testemunhas, falam antes de o réu ser interrogado. Depois, a decisão será tomada pelos jurados. Caso julguem Paulo culpado, caberá ao juiz proferir a sentença. Segundo Martins, a pena por homicídio qualificado e ocultação de cadáver pode variar de 12 a 30 anos.
Caso
A psicóloga foi encontrada morta no balneário de Shangri-lá, em Pontal do Paraná, no Litoral do estado, no dia 12 de julho de 2010, uma segunda-feira. Telma saiu para caminhar pelo balneário na tarde de domingo (11), por volta das 16h30, e não voltou. A psicóloga estava em férias. Os familiares registraram o desaparecimento da vítima na delegacia por volta das 22 horas.
As buscas do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil começaram na noite de domingo e foram suspensas durante a madrugada. O trabalho do Corpo de Bombeiros e dos policiais civis foi retomado às 7 horas de segunda-feira e o corpo da psicóloga foi localizado por volta do meio-dia.
De acordo com o delegado José Antônio Zuba, o corpo da psicóloga estava enterrado na orla marítima entre os balneários de Shangri-lá e Barrancos.
Em fevereiro de 2011, a Justiça decidiu que o acusado de matar a psicóloga iria a júri popular. O juiz Leonardo Bechara Stanciolli também negou ao acusado o direito de recorrer da decisão em liberdade.
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