O julgamento de José Luís Carneiro, acusado pelo assassinato do sem-terra Sebastião da Maia, há 6 anos, foi adiado pela terceira vez. O crime seria julgado no início da tarde desta quinta-feira (21) na comarca de Loanda, região Noroeste do Paraná, mas o advogado de defesa pediu o adiamento para poder tomar conhecimento do processo. Um novo julgamento foi marcado para o dia 24 de outubro, às 8h30.

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O crime aconteceu numa emboscada próxima à Fazenda Água da Prata no dia 21 de novembro de 2001 em Querência do Norte, região Noroeste do Paraná. Os trabalhadores sem-terra transitavam por uma estrada rural quando foram atacados por "pistoleiros" que agiam na região e durante a emboscada, o lavrador Sebastião da Maia foi morto com vários tiros.

De acordo com o escrivão do Fórum de Loanda, o advogado do réu foi apresentado apenas nesta quinta-feira. "A defesa se apresentou hoje e pediu esse tempo para tomar conhecimento de todo o processo, já que o último advogado indicado para o caso desistiu do processo", afirmou Pedro Champam. A juíza Elisabeth Khater, que vai julgar o processo, havia indicado um outro advogado para o réu, mas ele não quis defender o acusado.

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Os advogados de acusação acreditam que o pedido de adiamento foi uma manobra da defesa, já que esta é a terceira vez que o julgamento é transferido. "Eram umas 10 horas e o julgamento estava confirmado, mas uma hora depois ficamos sabendo que os advogados pediram mais um adiamento. Isso foi mais uma manobra dos envolvidos", disse Darci Frigo, um dos advogados da Terra de Direitos, Organização Civil que defende os direitos humanos.

Segundo Frigo, a defesa e o réu nem se conheciam. "Foi muito estranho. Quando eles se encontraram, pareciam que nunca tinham se visto antes". O novo advogado de defesa, segundo o escrivão Champam, é Itacir Biazur, de Paranavaí. A reportagem da Gazeta do Povo Online tentou contato com ele, mas não conseguiu.

Outros adiamentos

Esta é a terceira tentativa de realização do julgamento. Nos outros dois casos houve a suspensão do júri devido à renúncia dos advogados de defesa. No primeiro, marcado para 27 de outubro de 2005, o advogado contratado pelo réu renunciou 15 dias antes. No segundo, marcado para 10 de agosto de 2006, um novo advogado foi nomeado pela Justiça, mas ele desistiu às vésperas do julgamento.

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