Abatido
Ao contrário do julgamento de novembro, quando chegou com a cabeça erguida, Bruno Fernandes de Souza entrou cabisbaixo no salão do Tribunal do Júri de Contagem no fim da manhã de ontem. Mais magro e com semblante abatido, o goleiro manteve a cabeça baixa durante quase todo o dia e apenas em raros momentos levantava os olhos para o plenário. No fim da manhã, o jogador ainda chorou, depois de ter um trecho da Bíblia que tinha nas mãos apontado por um de seus advogados.
Do lado de fora
Ao menos três grupos que atuam em defesa dos direitos das mulheres se postaram ontem em frente do Fórum de Contagem para pedir a condenação dos réus denunciados pelo sequestro e morte de Eliza Samudio. Entre os manifestantes estava a deputada federal Jô Moraes (PC do B-MG), que preside a CPI da Violência Contra a Mulher, no Congresso. Ela afirmou que esse caso é "carregado de simbologia" pela trama armada contra Eliza.
O primeiro dia do julgamento do goleiro Bruno Fernandes, acusado de sequestrar e mandar matar a ex-amante Eliza Samúdio, e de sua ex-mulher Dayanne Rodrigues do Carmo, processada pelo sequestro e cárcere privado do bebê que o jogador teve com a vítima, foi marcado por pelo menos duas acaloradas discussões entre representantes da acusação, a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, e advogados de defesa dos réus.
Desde o início dos trabalhos na manhã de ontem no Fórum de Contagem, em Minas Gerais, defensores protagonizaram bate-bocas que levaram a magistrada a interromper a sessão algumas vezes. A primeira discussão ocorreu logo no início da manhã, antes mesmo do sorteio dos jurados que compõem o conselho de sentença, quando o assistente de acusação, o advogado José Arteiro Cavalcante, acusou um dos representantes de Bruno, Lúcio Adolfo da Silva, de "desrespeito" e ambos levantaram a voz com dedos em riste. Durante a tarde, Silva protagonizou outro atrito, desta vez com o promotor Henry Wagner Vasconcelos, que chegou a dizer que se sentiu "ameaçado" quando o advogado, no meio do depoimento de uma testemunha, afirmou que "o bicho vai pegar" no julgamento.
Polêmica
Em vários momentos ao longo do dia, a juíza discutiu com Ércio Quaresma Firpe, polêmico advogado que representava Bruno durante as investigações e que deixou o caso após aparecer em um vídeo fumando crack. Ele voltou a atuar no processo como defensor do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que será julgado a partir de 22 de abril pela acusação de assassinato e ocultação de cadáver de Eliza. Em novembro de 2012, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, foi condenado a 15 anos de prisão pelo assassinato de Eliza e pelo sequestro de Bruninho.
Resumo
Veja como foi o 1º dia do júri popular do ex-goleiro:
1 - Defesa de Bruno pede anulação da certidão de óbito de Eliza Samudio, concedida pela juíza em janeiro; a magistrada negou.
2 - Juíza discute com a defesa de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola (acusado de executor, mas que só será julgado em abril).
3 - Cinco mulheres e dois homens foram escolhidos como jurados.
4 - O advogado de Bruno dispensou três testemunhas de defesa e as outras duas faltaram ao julgamento. Ele afirmou que isso não deve prejudicar o goleiro e disse que "quer o debate".
5 - Foi ouvida como testemunha de acusação a delegada Ana Maria Santos, que ouviu o primo do goleiro, Jorge Luiz Rosa, na época do desaparecimento.
6 - Segundo relato da testemunha, Jorge Rosa disse que Bola asfixiou Eliza, Macarrão a chutou posteriormente e Bruno agiu demonstrando naturalidade.
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