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seis anos depois

Julgamento de recursos do caso neonazista no TJ é suspenso

O julgamento no Tribunal de Justiça (TJ) dos recursos das defesas dos acusados de matarem Bernardo Dayrell e Renata Waeschter Ferreira, mortos em 2009 em Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba, foi suspenso na tarde desta quinta-feira (23), após pedido de vistas do relator do caso desembargador Antônio Loyola Vieira. A suspensão ocorreu logo depois de o advogado de defesa de Ricardo Barollo, Adriano Bretas, fazer sua sustentação oral. Ele foi o único a argumentar pessoalmente no julgamento.

Barollo é acusado de ser mandante do duplo homicídio. Já Jairo Maciel Fischer, João Guilherme Correa seriam os executores do crime. Rodrigo Mota, Rosana Almeida e Gustavo Wendler, também denunciados, teriam contribuído para que o casal fosse assassinado. A última terça-feira, 21 de abril, marcou seis anos da morte de Bernardo e Renata. O motivo dos assassinatos teria sido uma disputa de poder entre grupos dissidentes neonazistas naquele ano. No segundo semestre do ano passado todos os acusados foram pronunciados para ir a júri. Desde então, os recursos estão sendo analisados na 1.ª Câmara Criminal do TJ. É praxe no TJ que o desembargador que solicitou vistas no caso o devolva na semana seguinte. Na próxima quinta-feira (30), é possível que os magistrados definam se aceitam ou não os recursos. Bretas também pediu desmembramento de seu cliente do mesmo júri.

O pai de Renata, Amadeu Ferreira, acompanhou o julgamento apreensivo e ficou indignado com mais esta etapa do processo. “É muito recurso. Demora muito”. O assistente de acusação, advogado de Amadeu, José Carlos Portella Junior, acredita que a pronúncia pelo júri ainda será mantida, mas mostrou-se preocupado com os pedido da defesa de Barollo. “Ainda é uma incógnita o que acontecerá”, disse. A defesa do acusado de Barollo pediu que o mando do homicídio de Renata não seja imputado ao seu cliente. “Pode o suposto mandante do crime A responder pelos crimes B, C e D?”, perguntou durante sua arguição Bretas.

O advogado alega que a morte de Renata ocorreu em razão das circunstâncias, não pelas supostas ordens de Barollo. “A cada um o que é seu”, disse, em meio à sustentação. Após a suspensão do julgamento, Bretas voltou a afirmar que quer que seu cliente vá ao julgamento popular, pois lá ficará provada sua inocência.

Nesta tarde, a reportagem conseguiu identificar os advogados Hélio Anjos Ortiz Neto, que defende Wendler e Rosana, e o defensor de Fischer, Adriano Uema. Ortiz Neto explicou que o objetivo principal do recurso de sua parte é conseguir que Rosana não seja levada a júri. “Não há provas contra ela”, disse. Segundo ele, ela foi acusada por ser namorada de Wendler, mas não estava presente no crime e não há relação dela alguma com o duplo homicídio. A reportagem ligou para o escritório de Uema para ouvir a posição de Fischer sobre os casos. Até o momento, no entanto, ele não retornou a ligação.Já as defesas de Rodrigo e João ainda não foram localizadas.

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