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Caso isabella

Julgamento do casal Nardoni será retomado com depoimentos de delegada e legistas

O julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina Isabella, deverá ser retomado a partir das 9h desta terça-feira (23), na sala do júri do Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo. O casal é acusado da morte da garota, que caiu de um apartamento no sexto andar de um prédio localizado no Carandiru, também na Zona Norte, na noite de 29 de março de 2008.

Neste segundo dia, mais quatro testemunhas deverão ser ouvidas no tribunal do júri. Três delas, uma delegada de polícia, um médico legista e uma perita criminal, são testemunhas arroladas tanto pela acusação quanto pela defesa do casal. Luiz Carvalho, arrolada pela assistência da acusação, será a quarta pessoa a ser ouvida.

Nesta segunda-feira (22), primeiro dia, o julgamento, que estava previsto para as 13h, teve início com mais de uma hora de atraso. Os jurados responsáveis por julgar o casal Nardoni foram definidos por volta das 16h. Houve duas recusas, de duas mulheres, uma por parte da Promotoria e outra pela defesa.

Apesar de duas mulheres terem sido descartadas após o sorteio, elas ainda são maioria no conselho de jurados. São quatro mulheres e três homens.

A advogada Cristina Christo, assistente de acusação no júri do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, desistiu de ouvir a avó materna de Isabella, Rosa Oliveira. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, a defesa também desistiu de ouvir seis testemunhas no julgamento.

Depoimento emocionado

Às 19h30, teve início o depoimento de Ana Carolina, mãe de Isabella e considerada testemunha-chave pela acusação, por afirmar que a relação da madrasta com a filha era muito tumultuada, e que havia muito ciúme por parte da mulher de Alexandre Nardoni.

Durante o depoimento, Ana Carolina mostrou-se muito abalada e chorou em várias ocasiões. Ela se emocionou ao lembrar do momento em que chegou ao edifício London, ao falar da menina sendo levada para ambulância e também ao relatar aos jurados como recebeu a notícia da morte de Isabella.

Uma das juradas não conseguiu segurar as lágrimas durante o depoimento da mãe de Isabella. Ana Carolina Oliveira falava sobre o momento em que foi ao hospital após a queda e ficou sabendo da morte da menina. Nesta hora, a jurada também não se segurou.

Violência

Segundo a mãe, Alexandre jamais conversou com ela sobre o que ocorreu no apartamento, mesmo durante o velório da menina. Durante o depoimento, Ana Carolina contou detalhes do relacionamento com Nardoni e disse que ele era violento em algumas ocasiões, chegando, inclusive, a jogar o filho no chão uma vez.

Apesar do fim do depoimento, Ana Carolina terá de ficar à disposição da Justiça. O pedido foi feito pelo advogado de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, Roberto Podval, e aceito pelo juiz Maurício Fossen. Segundo Podval, pode ser necessária uma acareação no decorrer do júri.

Podval disse ao final da sessão que, ao pedir a manutenção da mãe da Isabella no tribunal, não quis ser "cruel". "A acusação arrola, deixa ela chorando ali, eu não consigo fazer pergunta e depois eu sou cruel porque eu não a dispenso?", questionou. "Eu vou precisar ouvi-la novamente."

Mas o promotor Francisco Cembranelli considerou "lamentável" o pedido da defesa. "Eu considerei lamentável, um comportamento desumano. Ana Carolina, além de perder a filha, vai ser privada de assistir ao julgamento. Vai sofrer bastante, vai ficar sozinha, absolutamente isolada", afirmou o promotor. Expectativas

Roberto Podval, que defende o casal Nardoni, mostrou-se cético quando ao andamento do júri. "Está muito no início. A causa é muito difícil. Não temos nenhuma expectativa falsa. Estamos muito pé no chão. A opinião pública está formada."

Já o promotor Cembranelli disse que o processo deve ser menos demorado do que o previsto, uma vez que a defesa dispensou parte das testemunhas. "Daquele número de 22 testemunhas, nós temos 15 agora e é possível que o julgamento seja abreviado". O promotor afirma que nesta terça, a acusação levará a maquete a plenário. "Teremos a inquirição das testemunhas e vamos usar a maquete para que as testemunhas comecem a posicionar os jurados a respeito do que se passou no edifício London e vamos adiante."

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