O julgamento do caso Carandiru está suspenso. Um dos jurados teve um mal-estar na manhã desta quarta-feira (17), de acordo com informações do Tribunal de Justiça. Um médico foi chamado para avaliá-lo e recomendou que o paciente permanecesse em repouso. O juiz José Augusto Nardy Marzagão conversou com o jurado, que disse estar disposto a continuar, mas, por precaução o magistrado achou melhor seguir a recomendação médica.
Essa não é a primeira vez que um jurado passa mal neste julgamento. No dia 9 de abril, previsto para ser o primeiro dia do julgamento do massacre do Carandiru, uma das juradas teve um mal-estar e os trabalhos foram adiados para o dia 15. Não há previsão de horário para a retomada da sessão.
Depoimento dos réus
A previsão para o dia de julgamento nesta quarta-feira era que fossem ouvidos os policiais militares acusados de 15 das 111 mortes ocorridas no massacre. Apenas quatro dos 26 PMs que invadiram o 1º andar do Pavilhão 9 do presídio deveriam prestar depoimento. A defesa ainda não divulgou o nome dos quatro réus a serem ouvidos.
Desde o início do julgamento, 24 dos 26 acusados estão presentes no plenário - dois deles não teriam comparecido por motivos de saúde. Antes do contratempo com um dos jurados, a previsão era que, com a dispensa de parte das testemunhas de defesa e de acusação e com a maioria dos policiais optando pelo silêncio, o julgamento terminasse antes do previsto - inicialmente esperava-se que a decisão do júri saísse em duas semanas.
Estratégia
No segundo dia de julgamento, na terça-feira (16), a advogada de defesa dos PMs, Ieda Ribeiro de Souza, procurou provar a legitimidade da entrada dos policiais no Carandiru, além da tentativa de desconstruir os depoimentos da acusação. Para a promotoria, a invasão foi legítima, mas houve crime na ação. Os promotores destacaram ainda que a defesa trouxe apenas testemunhas que não viram nada do que ocorreu do lado de dentro da Casa de Detenção no dia da chacina.
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