Segundo o jurista Fernando Knoerr, professor-titular de processo constitucional da Faculdade de Direito Curitiba, a Polícia Militar não pode continuar discriminando os soldados incorporados por decisão judicial. "Eles não podem receber salários inferiores, nem sofrer qualquer outro tipo de discriminação."

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Knoerr advoga para 19 soldados da turma de 2004, que estão há sete meses brigando na Justiça para continuar na PM. Os candidatos baixinhos obtiveram liminar e sentença favoráveis. A ação está no Tribunal de Justiça, porque a lei obriga o reexame de decisões contra o estado.

Enquanto isso, os recrutas estão trabalhando dentro dos quartéis, em atividades administrativas. A maioria está nos 12.º, 13.º e 17.º batalhões da Polícia Militar, além do Regimento de Polícia Montada Coronel Dulcídio e na própria academia da PM.

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De acordo com o advogado Knoerr, a Polícia Militar alegou no processo judicial que os problemas são com o tamanho do uniforme deles e que eles não têm a postura intimidadora (tamanho suficiente para fazer o policiamento de rua). Para o advogado, "não há correlação entre essa diferenciação e o exercício da função. Tanto é que a mulher não tem essa postura, pode ser menor, ter cinco centímetros a menos, e ela faz o mesmo trabalho de rua e usa uniforme menor. Isso é pura discriminação", diz o jurista. Ele lembra ainda que, pela baixa estatura, por exemplo, nem Napoleão Bonaparte poderia ingressar na PM paranaense.

Os clientes do jurista não falam oficialmente sobre o assunto. Pedindo para se manter no anonimato, um deles contou como é difícil o momento de incerteza que o grupo vive – o que já fez com que parte tenha desistido das ações. "Estamos com trabalho interno, somos de segunda classe. A nossa carga horária é de 40 horas e se estourar o tempo não se ganha um centavo a mais", informa. (JNB)