Após atingir em dezembro o menor nível dos últimos 14 anos, a taxa média de juros para pessoa física voltou a crescer em janeiro. Pesquisa mensal divulgada hoje pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) indica que a taxa registrou em janeiro uma elevação de 0,01 ponto porcentual ante dezembro e um crescimento de 0,25 ponto porcentual na comparação com janeiro de 2009. Com a variação, a taxa passou de 6,86% ao mês (121,71% ao ano) em dezembro para 6,87% ao mês (121,96% ao ano) em janeiro.
Das seis linhas de crédito para pessoas físicas pesquisadas pela Anefac, três elevaram taxas: juros do comércio (de 5,74% ao mês em dezembro para 5,79% ao mês em janeiro), cheque especial (de 7 27% para 7,32%) e empréstimo pessoal em bancos (de 4,82% para 4 88%). As outras três linhas de crédito ao consumidor sofreram ligeira redução: empréstimo pessoal em financeiras (de 10,18% ao mês em dezembro para 10,12% em janeiro), cartão de crédito (de 10,68% para 10,66%) e crédito direto ao consumidor em banco (de 2,45% para 2,43%).
Em movimento semelhante, após apresentar três quedas mensais consecutivas, a taxa média de juros para pessoa jurídica também registrou elevação (0,03 ponto porcentual) em janeiro na comparação com dezembro. Em relação a janeiro de 2009, a taxa subiu 0,54 ponto porcentual. A alta fez a taxa média crescer de 3,62% ao mês (53,22% ao ano) para 3,65% ao mês (53,76% ao ano).
Das quatro linhas de crédito para pessoa jurídica pesquisadas pela Anefac, três elevaram as taxas de juros no mês: capital de giro (de 3,06% ao mês em dezembro para 3,12% ao mês em janeiro), desconto de duplicatas (de 3,15% para 3,19%) e desconto de cheques (de 3,20% para 3,24%). Apenas o cheque especial para a pessoa jurídica sofreu redução no período, de 5,08% para 5,03%.
Em seu comunicado, a entidade atribuiu a alta dos juros à expectativa do mercado financeiro de uma provável elevação da taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), em 17 de março. "As incertezas quanto à capacidade de países da zona do euro reduzirem seu endividamento e seus déficits fiscais têm provocado um aumento dos juros futuros", explicou o coordenador do estudo e vice-presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira.