A Justiça Federal do Rio de Janeiro absolveu, na quarta-feira (24), quatro policiais federais da acusação de assassinato do policial militar Evaldo Lopes Júnior, conhecido como Rambo, que seria integrante de um grupo de extermínio no município de Itaboraí, na região metropolitana do Rio.
A morte de Rambo ocorreu durante a operação "Pedra Bonita", em outubro de 2005. Os policiais federais Bruno Cruz, Décio de Santana, Ricardo Pereira e Wladimir Soares trocaram tiros com Rambo quando esse resistiu à prisão - um outro policial federal que participava da ação, Lincoln Moreira Neto, foi baleado pelo PM.
O laudo pericial feito pelo Instituto Médico Legal de Itaboraí na época apontou que Rambo foi morto com seis tiros, sendo um tiro a queima roupa, na têmpora esquerda.
O laudo levou o Ministério Público Federal a acusar os policiais federais de execução, mas, durante o processo, o juiz pediu a exumação do corpo e outros laudos periciais foram realizados. Um deles, realizado por peritos do Hospital Central do Exército, descartou a possibilidade de o tiro ter sido à queima-roupa.
Na sua decisão, o juiz Walner de Almeida Pinto narra a versão da troca de tiros apresentada pelos policias federais e afirma que são profissionais treinados pelo COT (Comando de Operações Táticas), acostumados com ações dessa natureza.
"[Os policiais] agiram em legítima defesa, haja vista que Evaldo resistiu à prisão, atirou contra eles minutos antes, chegando a atingir o policial Lincoln e, ao sair de dentro de casa, pela porta dos fundos, após ter sido deflagrada uma bomba de gás lacrimogêneo no interior de sua residência, o fez com revólver em punho e posição de tiro, não atendendo a ordem dos policiais de largar a arma, o que deixou patente sua resistência à prisão e a iminente agressão."
Após a operação, os policias federais estavam aguardando a decisão do processo em liberdade e lotados em outras unidades, fora do Rio de Janeiro.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos agentes.
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