A Justiça de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), aceitou a denúncia (acusação formal) contra 16 dos 21 acusados pela tortura de quatro suspeitos durante a investigação do assassinato de Tayná Adriane Silva, de 14 anos. Com isso, um processo penal será aberto contra 14 policiais civis da Delegacia do Alto Maracanã, incluindo o delegado titular Silvan Pereira, um policial militar e um ex-PM. A decisão foi tomada por um colegiado de três juízes no último dia 7. Dos 16 denunciados, 13 permanecem presos e aguardam decisão da Justiça.
A denúncia contra outros cinco acusados não foi aceita inicialmente porque a Vara Criminal de Colombo chegou a conclusão de que não compete a ela julgá-los. A juíza Aline Passos solicitou o desmembramento do processo porque a acusação de tortura que recai sobre eles teria ocorrido em Araucária e Campo Largo, também na RMC, portanto fora do âmbito de competência da Justiça de Colombo.
A decisão, no entanto, ainda não é definitiva, pois os juízes de Campo Largo e Araucária podem questionar a competência da ação. Neste caso, o Tribunal de Justiça do Paraná decidirá de quem é a responsabilidade de julgar as acusações contra os outros cinco policiais.
Investigação
Tayná foi assassinada no dia 25 de junho, em Colombo e, rapidamente, a Delegacia Alto Maracanã deu o caso como esclarecido com a prisão de quatro suspeitos que teriam confessado o estupro e morte da adolescente. A confissão, entretanto, teria sido obtida mediante tortura dos acusados, o que motivou a abertura de uma investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, para apurar a conduta dos policiais no caso. A suspeita veio à tona após a perita Jussara Joeckel, do Instituto de Criminalística, afirmar que Tayná não foi violentada, o que contrariava a confissão dos quatro suspeitos obtida pela polícia.