Três dos principais diretores do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Norte Pioneiro (Cisnorpi), com sede em Jacarezinho, foram afastados dos seus cargos por determinação judicial atendendo a um pedido do Ministério Público Estadual. Além dos diretores, outros quatro funcionários da entidade também foram afastados das suas atividades pela liminar assinada pelo juiz Rodrigo da Costa Franco. O MP investiga a participação de funcionários que supostamente estariam fraudando documentos do órgão para justificar o pagamento em duplicidade por serviços médicos, pagos com dinheiro arrecadado pelos municípios que fazem parte do consórcio. A entidade abrange 24 cidades do Norte Pioneiro e atende uma população de cerca de 300 mil habitantes com serviços de saúde que vão desde consultas ambulatoriais, exames e cirurgias de alta complexidade.

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O Ministério Público acredita que documentos e prontuários médicos estariam sendo adulterados, assim como solicitado pagamentos por atendimentos realizados no passado e já pagos pela entidade.

Entre os afastados estão o presidente do Cisnorpi, o prefeito de Cambará João Mattar Olivato (PSB), a diretora-executiva Crislaini Carulla e o diretor-administrativo, João Cléber Carulla. A reportagem não conseguiu apurar os nomes e os cargos dos outros quatro funcionários também afastados.

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O autor do pedido de afastamento, o promotor Paulo Galotti Bonavides, justifica que suspeita que os diretores pudessem estar manipulando provas que comprometeriam a investigação. "Há suspeitas fortes (sobre a manipulação de provas). Se eles estavam fazendo enxerto de dados é bem provável que estaria ocorrendo manipulação de documentos", disse. Conforme o promotor, a medida judicial também impede a interferência dos envolvidos nas investigações que estão em curso. O afastamento é por tempo indeterminado, devendo ser mantido até a conclusão da apuração.

Paulo Bonavides também disse que há mais suspeitos de estarem envolvidos na fraude. "Todas as pessoas que manipulavam esses boletins de produção são considerados suspeitos", reiterou.

Diretores negam

O presidente do Cisnorpi, João Mattar Olivato, considera a investigação do Ministério Público correta e disse que tem interesse no resultado da apuração para que o trabalho volte ao normal e de forma transparente. "Não houve desvio de verbas ou coisas parecidas, pelo menos nessa gestão. Não posso dizer de outras, que não participei. Também pode ter acontecido um erro de funcionário. Temos cerca de 300 pessoas trabalhando lá. É possível que erros aconteçam", disse.

O diretor administrativo do consórcio Cléber Carulla disse que foi pego de surpresa com o afastamento. O diretor informou que não tem conhecimento das denúncias que culminaram com a investigação. A diretora-executiva da entidade, Crislaini Carulla se recupera de um procedimento médico e, por isso, já estava afastada do órgão desde fevereiro através de licença médica.

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