A Justiça Federal anulou ontem processo administrativo do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) que havia cassado a licença profissional da psicóloga Marisa Lobo. O mandado de segurança foi expedido pelo juiz federal Cláudio Roberto da Silva.
O registro da psicóloga havia sido cassado em maio, após a profissional ser acusada de fundamentar suas práticas profissionais em dogmas religiosos, oferecendo "cura gay" aos pacientes quando resoluções internas proíbem "qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas".
A polêmica começou em 2012, quando Marisa foi a uma audiência pública da Câmara Federal para debater tratamento para a homossexualidade. Desde então, ela passou a discutir nas redes sociais sua posição como psicóloga cristã.
Segundo o advogado de defesa de Marisa, Gustavo Kfouri, a decisão mostra que, apesar de os conselhos deterem prerrogativas disciplinares, eles se encontram submetidos aos limites constitucionais. "O Conselho tem limites. Ele não pode impor regras não previstas em lei e cercear as liberdades de expressão e de religião", afirma.
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