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Realengo

Justiça autoriza enterro de atirador

Rio de Janeiro - O corpo do atirador Wellington de Menezes Oliveira, 23 anos, responsável pelo massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no último dia 7, foi enterrado na manhã de ontem no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na Zona Portuária do Rio. Nenhum parente compareceu ao sepultamento, que ocorreu numa cova rasa, sem lápide, na quadra 49 do cemitério.O enterro aconteceu por volta das 9 horas, a partir de uma autorização judicial concedida ao Instituto Médico-Legal (IML).

Wellington não foi sepultado como indigente porque seu corpo já havia sido reconhecido no dia do crime. O prazo para a família reclamar o corpo do atirador e providenciar o seu enterro havia vencido na última quinta-feira. Filho de pais adotivos já mortos, Wellington tinha cinco irmãos, além de primos e sobrinhos.

No meio da tarde, uma senhora de 62 anos que não quis dar o nome pediu que um funcionário do cemitério a acompanhasse até a cova, onde deixou um buquê de flores brancas e rezou por cinco minutos. "Sou piedosa. Vim porque me lembro de ele ter dito numa carta que queria que alguém rezasse por ele após sua morte’’, disse. Ela afirmou que não conhecia Wellington e nem morava perto da casa dele, próxima à escola atacada.

Em princípio, a assessoria de imprensa da Polícia Civil do Rio havia divulgado que o enterro ocorreria somente na segunda-feira, no Cemitério de Santa Cruz, na zona oeste da capital carioca. Não há informações se a mudança ocorreu para evitar tumulto durante o transporte do corpo do atirador e seu sepultamento.

Em carta encontrada com Wellington no dia do crime, ele pedia para ser enterrado no cemitério do Murundu, em Realengo, ao lado do corpo da mãe adotiva. Mas o IML nunca cogitou atender a esse pedido.

A casa onde Wellington morou está vazia. Vizinhos afirmaram à reportagem que familiares só voltaram ao imóvel uma vez, para buscar documentos, desde o dia do crime, 7 de abril.

Wellington matou 12 estudantes da Escola Municipal Tasso da Silveira. Outros 12 jovens foram feridos pelos 66 tiros disparados. Entre os estudantes atingidos por Wellington três ainda seguem em recuperação em hospitais estaduais. Um quarto aluno ferido recebeu alta na tarde de ontem.

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