Cumprindo uma pena de 39 anos de prisão em regime semiaberto pela morte dos pais, em 2002, Suzane von Richthofen foi autorizada na quinta-feira (7) pela Justiça a deixar a penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, para estudar.
Ela pediu autorização para ingressar num curso de Administração na Universidade Anhanguera de Taubaté, alegando que custearia a graduação com sua própria renda do trabalho na prisão - Suzane já cumpriu 13 anos da pena em regime fechado e teve recurso para progressão da pena aceito pela Justiça.
O pedido foi protocolado em fevereiro e negado no mesmo mês pela juíza Wania Regina Gonçalves da Cunha, da Vara de Execuções Penais de Taubaté, sob o argumento de que “a frequência ao curso aflorará na sociedade um misto de revolta e indignação e poderá fomentar a ocorrência de fatos desagradáveis”.
A Defensoria Pública do Estado de São Paulo, contudo, recorreu da decisão em março com um mandado de segurança impetrado pelo defensor Saulo Dutra, que defende Suzane von Richthofen.
Segundo ele escreveu no pedido, ela teria “direito líquido e certo” de frequentar um curso de ensino superior já que apresenta “comportamento adequado, cumprimento de bem mais de um sexto da pena e plena compatibilidade com os fins de pena, sendo que a universidade está inserida no local de sua execução penal”.
Sobre a negativa da Justiça para que ela estudasse, o mandado de segurança da Defensoria Pública observa: “Entende que a decisão atacada reveste-se apenas de um prejulgamento eterno à conduta típica, ilícita e culpável praticada nos idos de 2002, sem qualquer relação com o processo de execução penal”.
Nesta quinta-feira, decisão do juiz José Damião Pinheiro Machado Cogan afirma a necessidade de se fiscalizar o comparecimento dela ao curso, cuja frequência ajudará na redução de sua pena.
No mês passado, Suzane foi beneficiada com saída temporária da prisão pela primeira vez desde que foi condenada pela morte dos pais, em 2006. No regime semiaberto, os presos têm direito a cinco saídas temporárias ao ano (Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal/Ano Novo).
Suzane trabalha dentro da penitenciária feminina na produção de uniformes para presos. A cada três dias trabalhado, um dia é descontado da pena.
O crime
Suzane, seu ex-namorado Daniel Cravinhos e o irmão dele, Christian, foram condenados pelos assassinatos de Manfred e Marísia von Richthofen, ocorridos em 2002. Os irmãos Cravinhos estão no regime semiaberto desde 2013.
Há um ano, a Justiça de São Paulo determinou que a herança da família Von Richthofen seja entregue apenas ao irmão de Suzane, Andreas Albert von Richthofen. Na sentença, o juiz determinou que ela deveria ser excluída da partilha dos bens por considerá-la “indigna”. A herança é calculada em mais de R$ 3 milhões.
Há um ano, Suzane se casou com Sandra Regina Gomes, condenada a 27 anos pelo sequestro e morte de um adolescente em Mogi das Cruzes (SP).
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