Meneghel é intimado

O juiz Juliano Nanuncio informou que o presidente da Sociedade Rural do Oeste do Paraná, Alessandro Meneghel, foi intimado para comparecer à audiência. No inquérito, Meneghel responde por formação de quadrilha, lesões corporais e "exercício arbitrário das próprias razões".

Como Meneghel está preso em Toledo, a 45 km de Cascavel, desde o dia 2 de janeiro, sob a acusação de porte ilegal de armas, o juiz chegou a pedir escolta policial para trazer o líder ruralista até a audiência. "Mas o advogado dele pediu a dispensa e atendi à solicitação", explica o magistrado.

A direção estadual do MST contestou ontem, em nota, as declarações de Meneghel de que estaria armado porque vinha sofrendo ameaças do movimento. "Nunca houve qualquer ameaça do movimento ao fazendeiro, além do que na região não existe nenhuma situação que justifique o porte de arma", diz a nota. (LS)

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Das 20 testemunhas de acusação intimadas pela Justiça para prestar depoimento ontem, no Fórum de Cascavel, na primeira audiência sobre o confronto na Fazenda Syngenta, ocorrido há um ano e três meses, apenas dez compareceram e foram ouvidas pelo juiz da 1ª Vara Criminal, Juliano Nanuncio. Os depoimentos começaram às 13 horas e duraram cerca de quatro horas.

"As pessoas que faltaram não foram encontradas para receber a intimação. Na audiência de hoje vamos decidir se elas serão novamente procuradas", explicou o juiz. Hoje outras 21 testemunhas deverão ser ouvidas. Outras seis pessoas, entre elas quatro policiais do Comando de Operações Especiais (Cope), foram intimadas para depor por carta precatória, nas cidades onde moram, totalizando 47 testemunhas de acusação.

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Tranquilidade

Ontem prestaram depoimentos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e da Via Campesina, inclusive duas pessoas feridas durante o confronto, que terminou com a morte do sem-terra Valmir Mota de Oliveira, o Keno, e do segurança Fábio Ferreira de Souza, no dia 21 de outubro de 2007.

Foram ouvidos ainda policiais militares e civis que atenderam à ocorrência. Assistiram à audiência as 18 pessoas acusadas no inquérito por homicídio, entre elas o dono da NF Segurança, Nerci de Freitas, e o líder da Via Campesina, Celso Ribeiro Barbosa. Sete policiais militares acompanharam o trabalho. "Foi uma audiência tranquila, com respeito mútuo entre as partes. Não tivemos problemas", disse o juiz.

O juiz Juliano Nanuncio alega que o caso é bastante complexo e por isso prevê que a fase de instruções e alegações finais do processo se estenda até o fim do ano. Segundo ele, além das 47 testemunhas de acusação, serão ouvidas mais de 50 testemunhas de defesa.

"É um processo longo e acredito que apenas em 2010 teremos a definição se o caso vai para júri popular ou a sentença será expedida pelo próprio Judiciário", afirmou. Hoje, logo após a segunda fase da audiência, Nanuncio definirá a data em que serão ouvidas as testemunhas de defesa.

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