Após 36 horas de julgamento, os dois acusados de envolvimento no assassinato do delegado de Pontal do ParanáJosé Antônio Zuba e do funcionário público Adilson da Silva foram considerados culpados. Paulo Roberto Pereira Quinta, conhecido como Paulo Tutancâmon, foi condenado a 46 anos de prisão em regime fechado, enquanto Francisco Diego Vidal Coutinho, o Russinho, teve decretada pena de 20 anos. As informações são do advogado de acusação do caso, Giordano Vilarinho Reinert.

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Segundo Reinert, Paulo Tutancâmon foi condenado pela autoria de dois homicídios qualificados, formação de quadrilha armada, crime de resistência, porte ilegal de arma e furto qualificado. Já a "Russinho" não foi atribuída autoria nem coautoria do crime, mas ele irá cumprir pena por participação nos dois homicídios, formação de quadrilha e porte ilegal de arma.

A apreciação do caso, realizada no Fórum de Matinhos, litoral do estado, começou às 9 horas de segunda-feira (14) e terminou perto das 21h45 desta terça (15). No primeiro dia do julgamento, todas as testemunhas, de acusação e defesa, foram sido ouvidas. Após os depoimentos, o juiz, promotores, advogados e assistentes de acusação fizeram uma inspeção no local do crime, o camping Olho d’Água, e retornaram ao fórum.

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No segundo dia, o julgamento foi retomado perto das 9h30 de terça. Os debates entre promotores, advogados de defesa e advogados de acusação ocorreram em duas etapas. Na primeira, defesa e acusação tiveram, cada uma, duas horas para defender suas respectivas posições. Na segunda fase, as partes tiveram mais 1h30 cada para a réplica. Apenas depois disso é que houve previsão de análise do caso pelo júri.

Outro lado

Procurados pela reportagem, nenhum dos advogados de defesa dos acusados foram localizados até as 8h50 para comentar o resultado do julgamento.

Relembre o caso

Em agosto de 2010, o delegado Zuba recebeu uma denúncia de que havia homens armados em duas barracas no camping Olho d’Água. Ele se dirigiu ao local com Adilson da Silva e as investigadoras Luiza Helena Santos e Noeli de Fátima Avine. Quando se identificou, falando que era policial, Zuba foi baleado.

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O delegado estava sem o colete à prova de balas. Segundo as investigadores, os outros bandidos já saíram atirando com duas pistolas na mão. Adilson também foi atingido.

Os quatro criminosos renderam Luiza e Noeli. Elas foram ameaçadas e, segundo a polícia, tiveram de implorar para não morrer. Segundo elas, um dos bandidos ainda deu mais um tiro na cabeça de Zuba quando ele já estava no chão. Os criminosos as libertaram e fugiram em dois carros com placas do Rio de Janeiro.

Coutinho, preso no dia da morte de Zuba, disse em interrogatório que o grupo faz parte de uma facção criminosa do Rio de Janeiro. Outros dois suspeitos da morte do delegado morreram em confronto com a polícia em 2010 e eram fugitivos do presídio de Bangu, no Rio de Janeiro.