O ex-prefeito de Satuba (AL), Adalberon de Moraes, foi condenado pela 2ª Vara do Tribunal do Júri de Maceió a 34 anos e quatro meses de prisão, na noite da quinta-feira (21), pela morte do professor Paulo Bandeira, ocorrida em 2003. Ele é acusado de ser o autor intelectual de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e uso de recursos que impossibilitaram a defesa da vítima), ocultação de cadáver e sequestro. A condenação foi em primeira instância e a defesa recorreu da decisão.
O crime foi motivado, segundo a promotoria, pelo fato de Paulo Bandeira ter denunciado desvios de recursos do Fundo de Nacional de Valorização e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef) durante a administração de Adalberon.
Um relatório da Controladoria Geral da União (CGU), diz o promotor do caso, Marcus Aurélio Mousinho, revelou desvios de R$ 1,2 milhão durante a gestão do ex-prefeito, que foi condenado por este crime e está preso em um presídio de Maceió.
Bandeira desapareceu em 2 de junho de 2003, logo depois de ter saído da sede da prefeitura da cidade. Seu corpo foi encontrado dois dias depois, totalmente carbonizado e acorrentado ao banco de um veículo. Bandeira deixou registrado em carta e relatou à sua mulher que temia retaliações. O assassinato teve repercussão internacional pela crueldade e pela vítima ter sido morta após denunciar irregularidades na administração pública.
O mesmo tribunal também condenou como executores do crime Ananias de Oliveira Lima (31 anos de prisão) e Augusto Campos Silva (28 anos e 8 meses). Eles realizavam a segurança do ex-prefeito. Marcelo José dos Santos, ex-chefe de gabinete de Adalberon e réu no processo, foi absolvido.