Sete famílias que perderam parentes no acidente do voo 447 da Air France, que caiu no Oceano Altântico, no dia 31 de maio deste ano , matando 228 pessoas - entre eles, 58 brasileiros - obtiveram vitórias na justiça estadual no Rio e em Niterói.
Cerca de 35 parentes de sete vítimas vão receber da Air France pensão, com valores que variam de R$ 20 mil a R$ 2 mil, e tratamento médico, de R$ 3,2 mil, durante dois anos. As informações são do advogado João Tancredo, que defende os interesses das famílias. A Air France informou que não vai se manifestar, já que é investigada.
O advogado disse que a empresa recorreu em todos os processos, que foram movidos separadamente. "Cada família tem sua peculiaridade", justificou.
Tancredo afirmou ainda que os valores das indenizações variam de acordo com o salário mensal de cada vítima. "A maioria deles era provedor da família. Esses parentes estão com dificuldades financeiras", revelou.
O maior valor determinado pela justiça foi pago aos familiares do gerente do estaleiro Atlântico Sul, João Marques da Silva Filho, de 67 anos. São 43 salários mínimos, o equivalente a R$ 20 mil, por 24 meses.
"Além das pensões, cada familiar receberá sete salários míninos, R$ 3,2 mil, durante os mesmos dois anos para tratamento psicológico e psiquiátrico. As vitórias foram obtidas na justiça entre agosto e setembro", revelou o advogado.
Indenização maior no final
João Tancredo explica que as pensões ganhas na justiça são apenas uma antecipação das indenizações finais.
"Os valores serão pagos enquanto as ações de indenização por danos materiais e morais estiverem em andamento. Quando não couber mais recursos da Air France, será pago um valor maior a cada família", explicou, acrescentando que os cálculos são feitos com base nos ganhos mensais de cada vítima.
Parecer médico
Para estabelecer o valor do tratamento psiquiátrico a que cada família teria direito, e que resultou no valor de R$ 3,2 mil, o advogado João Tancredo requisitou parecer da Santa Casa de Misericórdia. "Um médico avaliou os familiares e definiu um valor médio necessário para o tratamento de cada um", explicou.
De acordo com o advogado, familiares que sofrem esse tipo de trauma necessitam de tratamento urgente.
Discriminação
Segundo Tancredo, apenas uma família, a do procurador federal Carlos Eduardo Lopes de Mello, não obteve o direito aos R$ 3,2 mil para tratamento psiquiátrico. "Foi a única exceção e um grande absurdo. A Air France recorreu e o tribunal entendeu que era necessário uma perícia judicial para determinar o quanto os parentes estavam abalados", afirmou.
Tancredo vai entrar com ação para a oitava família que representa na próxima segunda-feira (28). "O processo deles demorou mais por uma questão burocrática, mas já conseguiram reunir os documentos necessários", disse.
Famílias mal assessoradas
Para o presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo AF 447, Nelson Faria Marinho, que representa cerca de 30 famílias, as indenizações obtidas na justiça por essas famílias são muito baixas.
"Esses parentes foram mal assessorados. Esse valor não é nada. Nós vamos entrar com ação conjunta na justiça dos Estados Unidos, país fabricante do motor da aeronave. Lá a justiça é mais rápida e a vitória será maior", concluiu.
Troca de comando na Câmara arrisca travar propostas que limitam poder do STF
Big Brother religioso: relatório revela como a tecnologia é usada para reprimir cristãos
Cuba e México disparam de posição entre os países que mais perseguem cristãos no mundo
O problema do governo não é a comunicação ruim, mas a realidade que ele criou
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora