A Promotoria de Justiça de Matinhos ajuizou nesta quarta-feira (11) uma denúncia criminal contra o acusado pela morte da psicóloga Telma Fontoura, assassinada em 11 de julho, entre os balneários de Barrancos e Shangri-lá, em Pontal do Paraná, no Litoral do Estado. Paulo Estevão de Lima está sendo denunciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
O acusado está preso em Pontal do Paraná desde o dia 13 de julho. De acordo com nota divulgada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), a denúncia criminal se sustenta nas conclusões da investigação conduzida pelo delegado da cidade, José Antônio Zuba.
Segundo Zuba, os laudos do local e de necropsia já estão prontos e foram suficientes para que a denúncia contra Lima fosse elaborada. "O crime de abuso sexual foi descartado depois que o material do corpo da professora foi recolhido", disse. Para Zuba, a polícia constatou que houve uma tentativa de abuso, que teria sido interrompida depois que o rapaz percebeu que a professora já estava morta por estrangulamento.
De acordo com o MP-PR, consta na denúncia que o Lima agiu "com vontade livre e consciente da ilicitude de sua conduta, e ainda com inequívoca intenção de matar, por motivo ainda não esclarecido" e "enterrou o corpo na areia da praia, em meio à vegetação rasteira, de modo a ocultar o cadáver".
Acusado nega
Em depoimento, Paulo Estevão de Lima negou que tenha assassinado Telma Fontoura. O acusado alega que estava em casa na hora em que a polícia afirma que a psicóloga foi morta. A vítima saiu de casa entre 16 horas e 16h30 de domingo para caminhar na praia. Segundo a polícia, o crime teria ocorrido entre o fim da tarde e a noite.
Para provar que estava em casa na hora do crime, Lima disse ter falado com o dono da pousada onde estava hospedado e pediu uma chave de roda, de tarde, para consertar sua moto. No entanto, o comerciante disse que Lima teria pedido aos seus filhos no começo da tarde e não a ele. O fato foi confirmado pelos meninos.
Relembre o caso
A professora de psicologia Telma Fontoura, de 53 anos, foi encontrada morta na tarde de 12 de julho no balneário de Shangri-lá, em Pontal do Paraná. O corpo da vítima estava enterrado na areia e apresentava sinais de estrangulamento, de acordo com a polícia.
Segundo o delegado de Pontal do Paraná, José Antônio Zuba, a mulher estava desaparecida desde o dia anterior. Familiares da professora relataram às autoridades que, neste dia, Telma estava na casa de veraneio do pai dela em Shangri-lá. No fim da tarde, ela deixou o celular na residência e saiu para uma caminhada, como fazia diariamente, mas não voltou.
Por volta das 22h, foi registrado um boletim de ocorrência na delegacia, registrando o desaparecimento da professora. Policiais civis e o Corpo de Bombeiros realizaram buscam na região até as 2h do dia 12. Os trabalhos foram retomados às 7h e o corpo de Telma acabou encontrado por volta do meio-dia. "Ela estava enterrada na orla marítima entre os balneários de Shangri-lá e Barrancos. Havia uma camada de cerca de 10 centímetros de areia sobre ela", conta o delegado.
Telma Fontoura era professora do curso de psicologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) em Curitiba. Ela tinha uma residência no balneário de Shangri-lá e estava no local passando férias.