Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
“O Menino Marrom”

Justiça de MG derruba suspensão do livro de Ziraldo nas escolas

Capa do livro "O Menino Marrom", de Ziraldo.
Capa do livro "O Menino Marrom", de Ziraldo. (Foto: Editora Melhoramentos / Reprodução)

Ouça este conteúdo

A justiça de Minas Gerais derrubou a suspensão do livro “O Menino Marrom”, do escritor Ziraldo, pelas escolas do município, de Conselheiro Lafayatte, localizado a cerca de 100 km de Belo Horizonte. A decisão foi publicada pelo juiz Espagner Wallyssen, da 1ª Vara Cível do município.

A Secretaria de Educação do município determinou, na última semana, que as escolas da rede municipal suspendessem os trabalhos escolares feitos com base no livro. A suspensão se deu por pressão de pais de estudantes da rede municipal que teriam identificado trechos inadequados na obra.

Para o juiz, a suspensão é “inadequada” e se configura como um “ato de censura”.  "Mostra-se inadequada a suspensão de livro que retrata o racismo de maneira pertinente, pois, ao assim proceder, a administração pública está tolhendo dos estudantes ensinamentos importantes para o seu desenvolvimento como cidadãos de uma sociedade diversa e plural”, escreveu o magistrado na decisão.

O livro, escrito em 1986, conta a história de dois amigos, o menino marrom e o menino cor-de-rosa, que buscam entender se a diferença de tom de pele entre eles os torna diferentes. A obra levanta questões relativas à amizade e à diversidade étnica, e traz relatos da própria vida de Ziraldo, que faleceu no início de abril aos 91 anos.

Na última quinta-feira (20), a secretaria emitiu um comunicado informando que o livro não foi e nem será retirado das escolas. No documento, a pasta explicou que “a suspensão foi apenas pelo tempo necessário para formalizar um plano de trabalho que evitasse qualquer dupla interpretação ou preocupação junto à comunidade escolar”.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.