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Por determinação da Justiça de São Paulo, o ator, humorista e diretor de TV, Marcius Melhem, está proibido de citar publicamente o nome da humorista Dani Calabresa e das atrizes Carol Torres, Veronica Debom e Renata Ricci, bem como da advogada Mayra Cotta. Melhem também está proibido de mencionar apelidos das mulheres, bem como nomes artísticos ou “outros códigos de referência” que remetam às mulheres.
A decisão da Justiça se deu no âmbito da ação que investiga o humorista por suposta violência psicológica contra vítimas de assédio sexual, que teria sido praticado por Melhem contra colegas de trabalho na TV Globo.
O humorista não pode, inclusive, mencionar o conteúdo dos processos ou da investigação que é alvo sob pena de multa de R$ 50 mil.
A decisão da Justiça paulista contra o humorista, divulgada pela Folha de São Paulo neste sábado (10), foi tomada meses depois de Melhem ter aberto um canal no Youtube para apresentar evidências que colocaram em dúvida a versão apresentada contra ele por Calabresa e as demais mulheres.
Agora Melhem está impedido de mencionar publicamente "por si ou por intermédio de terceiros" qualquer tipo de mensagem, áudio, vídeo, e-mail, imagens ou documentos que se refiram às mulheres "em lives, entrevistas, postagens, vídeos, áudios ou qualquer outro meio de publicação de conteúdo em mídias ou redes sociais", diz a decisão.
A determinação contra Melhem lembra uma iniciativa do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) que pediu a abertura de uma investigação contra do jornalista Ricardo Feltrin por possíveis "crimes de misoginia". Feltrin entrou na mira do MP-SP depois que passou a cobrir o caso em que Melhem foi acusado de assédio sexual e apontar inconsistências nas acusações das mulheres.
O jornalista também acusou as mulheres do grupo de usarem a máquina pública a favor delas. Segundo ele, a advogada das acusadoras tinha relações próximas com o Partido dos Trabalhadores (PT). Algumas das envolvidas chegaram a ser recebidas pela primeira-dama Janja da Silva, a ministra das Mulheres Cida Gonçalves e a presidente do PT Gleisi Hoffmann.
O processo com as acusações de assédio sexual contra Melhem foi aberto em 2020 e foi suspenso, posteriormente, sem concluir se o humorista era realmente culpado.