"Querem pôr a culpa só em mim"
Marlon Balem Janke, 30 anos, diz que o rapaz não chegou morto a Almirante Tamandaré, onde o corpo foi encontrado com dois tiros na cabeça. Em entrevista exclusiva, acompanhada por seu advogado Antônio Neiva de Macedo Filho, no Centro de Observação e Triagem (COT), o segurança deu detalhes de como foi a última noite de Bruno e de como teria sido a ação ao lado dos colegas de trabalho Eliandro Luiz Marconcini e Douglas Rodrigo Sampaio Rodrigues
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Mais três funcionários da empresa de segurança privada Centronic tiveram as prisões preventivas decretadas. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (Sesp-PR), a Vara Criminal de Almirante Tamandaré, região metropolitana de Curitiba, decretou a prisão preventiva do operador de alarmes Leônidas Leonel de Souza, 29 anos, do supervisor de operadores Ricardo Cordeiro Reysel, 32, e do gerente da Centronic, Vilso Grossi, 45. As prisões foram decretadas na tarde de segunda-feira (30).
O delegado de Almirante Tamandaré, Jairo Estorílio, afirmou que os três funcionários podem ter envolvimento com a morte do estudante Bruno Strobel Coelho Santos, de 19 anos. Os três funcionários ainda não foram presos, segundo a Sesp, e estão foragidos. O delegado Estorílio também pediu a prisão preventiva do proprietário da Centronic, Nilso Rodrigues de Godoes, mas a Justiça negou.
"Já encerramos o inquérito e agora vamos cumprir estes mandados de prisão", afirmou o delegado à Agência Estadual de Notícias (AEN). Segundo a polícia, os funcionários Souza, Reysel e Grossi são acusados de participar da tortura contra o estudante Bruno Strobel, e Grossi também por omissão. Para o delegado Estorílio, o gerente da Centronic sabia o que estava acontecendo com o estudante e não fez nada.
A versão é contestada pelo advogado que defende a Centronic, Elias Mattar Assad, que vai pedir a revogação da prisão de Grossi. "O Vilso teria ficado sabendo do crime uma semana depois e não pode fazer nada para evitar", explicou Assad.
De acordo com o advogado, um funcionário que estava em experiência teria visto a foto de Bruno no jornal e comunicou Vilso Grossi que o estudante esteve na empresa. Como Grossi não tinha provas não teria feito nada. Quando a polícia começou as investigações, segundo o advogado, Grossi colaborou em tudo o que lhe foi solicitado pelos policiais.
O promotor Marcelo Briso Machado, de Almirante Tamandaré, prevê que até o fim dessa semana a denúncia contra os acusados do crime esteja pronta.
Prisões
Os vigilantes Marlon Balem Janke, 30 anos, Douglas Rodrigo Sampaio Rodrigues, 26, e Eliandro Luiz Marconcini, 25, continuam presos acusados de participar da morte do estudante. Marlon Janke é acusado de ser o autor do disparo que matou Bruno. Em entrevista exclusiva ao jornal Gazeta do Povo, o vigilante afirmou que não cometeu o crime sozinho. (Leia mais no quadro ao lado)
Crime
Bruno tinha 19 anos e desapareceu no último dia 2. Ele foi encontrado morto uma semana depois por um garoto de 14 anos que mora a 200 metros do local onde o corpo foi deixado. Ninguém da família do menino afirma ter ouvido tiros nas imediações. O estudante teria sido assassinado pelos funcionários da Centronic depois de ter sido flagrado pichando o muro de uma clínica no bairro Alto da Glória.
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