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rio de janeiro

Justiça decreta apreensão do segundo suspeito da morte do médico na Lagoa

A juíza Maria Izabel Pena Pieranti decretou, na madrugada desta quinta-feira (28), durante o Plantão Judiciário noturno, a busca e apreensão do segundo suspeito, de 15 anos, que confessou para a mãe ter participado da morte do médico Jaime Gold, de 57, junto com o outro adolescente de 16. Aos investigadores da Divisão de Homicídios (DH), o adolescente mais jovem contou que o outro cúmplice foi o autor das facadas na vítima, quando ela andava de bicicleta na Lagoa, há cerca de uma semana. O segundo menor irá responder na Justiça por envolvimento no roubo e morte de Jaime Gold, em ato infracional análogo ao crime de latrocínio (roubo seguido de morte).

Em sua decisão, a juíza escreve que o menor teria comparecido à Delegacia de Homicídios acompanhado da sua mãe e de um representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ e confessado a sua efetiva participação no caso. Ela explica ainda que o segundo suspeito procurou a mãe depois de ficar cerca de um ano e oito meses fora de casa, quando confidenciou a ela sua participação no crime.

De acordo com a juíza Maria Izabel, além de assumir sua participação, o adolescente teria também contado que a ação ocorreu com o outro menor já apreendido por suspeita de participação no caso, informando detalhes do ocorrido. Segundo o segundo suspeito, a vítima pedalava em sua bicicleta pela ciclovia quando foi abordada, por trás por ele e o cúmplice. Os dois chegaram em outra bicicleta e, ainda de acordo com o relato dele, era conduzida pelo primeiro adolescente apreendido. Ambos teriam se aproximado do médico e ordenado que ele descesse da bicicleta. Em seguida, o cúmplice dele começou a esfaquear Jaime, que caiu no chão. Só depois disso, a dupla levou a bicicleta e a bolsa da vítima. O segundo suspeito contou ainda que ele e o outro passaram pelo Centro, jogaram a faca no Rio Maracanã e dirigiram-se ao Jacaré, onde teriam repassado os bens roubados a receptadores.

Para a magistrada, há sérias indicações de que as providências tomadas serão de “extrema importância à completa elucidação dos fatos”. Em sua decisão ela diz que: “Ante tais firmes palavras que beiram à descrição de uma barbárie, não poderia o Poder Judiciário quedar-se inerte, impondo-se a adoção de adequada medida”. A juíza ressaltou que se trata de menor com registro de diversas passagens policiais: “É adolescente que não se pauta de acordo com o ordenamento Jurídico, não tendo tido o menor pejo em cometer tamanha atrocidade”, disse na decisão.

Maria Izabel destacou também que “o chocante episódio está sendo largamente repercutido pela imprensa, ressaltando a vulnerabilidade dos cidadãos que circulam pela área, já que o episódio não teria sido um evento isolado”. E continuou: “Ao revés e, lamentavelmente, outros assemelhados já ali, e em vários outros pontos da cidade, ocorreram recentemente. Pode-se até dizer que, atualmente, estão se tornando corriqueiros nos noticiários. Em verdade, assaltos praticados com arma branca, nas últimas semanas, robusteceram ainda mais as estatísticas criminais, o que provoca justificada revolta nos cidadãos de bem e traz enorme insegurança social”.

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