Uma decisão inédita da Justiça de São Paulo pode mudar a vida de uma família de São José do Rio Preto, a 438 km da capital. A mãe de um bebê recém-nascido teve autorização para que, durante o parto, fossem coletadas células-tronco do cordão umbilical. O procedimento foi custeado pelo Estado, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e trouxe esperança para a irmã da criança, que tem leucemia.
Entre o pedido e a decisão da Justiça foram 30 dias. O casal não poderia pagar pelo procedimento, que custa cerca de R$ 5 mil. O desfecho rápido surpreendeu a família.
O material coletado foi enviado para exame de compatibilidade em São Paulo. O resultado pode mudar a história da família."Nós estamos muito alegres, muito esperançosos que vai dar tudo certo", conta a mãe, Verônica Guilarduce.
Surpresa
A gravidez da pequena Sarah não foi planejada. Menos ainda o fato dela ter nascido exatamente um ano depois do diagnóstico de leucemia na irmã Júlia, de 8 anos.
"Depois de diagnosticada a doença, em dois meses eu engravidei. Quando eu fui no meu ginecologista, ele que me alertou, eu expliquei da Júlia. Ele falou assim vai ser a cura da sua filha", conta Verônica. "Eu tenho esperança de que ela vai me curar dessa doença, se precisar", conta Júlia.
O último passo antes de seguir para a sala de parto foi a assinatura dos papéis que autorizam a retirada do sangue do cordão. O médico de um laboratório especializado foi chamado para realizar a coleta.
O procedimento foi realizado logo após o corte do cordão. O material foi armazenado a uma temperatura de 100ºC negativos e poderá ser utilizado também para outros tratamentos num prazo de 20 anos.
Chance
A chance de compatibilidade entre as células tronco de Sarah e o sangue de Júlia é de 75%."Existem vários casos de sucesso com esse tratamento, então é uma chance que ela vai ter", explica o ginecologista Ricardo Garcia.
Agora, a família comemora a chegada de um novo filho e fica na expectativa do resultado da compatibilidade. "Tenho tanto a felicidade de ganhar mais um filho, como eu sei que há a possibilidade de curar a minha filha", conta o pai das crianças, Ricardo Guilarduce.
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