A Justiça concedeu, nesta terça-feira (4), liminar para reintegração de posse da Fazenda Mestiça, em Rio Branco do Ivaí, na região Centro-Norte do estado. A juíza Paula Andrea Samuel de Oliveira Monteiro, da Comarca de Grandes Rios, autorizou o uso de força policial para o cumprimento da ordem e fixou multa de mil reais em caso de descumprimento. A fazenda, de 2.911 hectares, foi ocupada na manhã de sábado (1) por cerca de quatrocentas famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Um oficial de justiça informou os líderes do movimento da decisão no final da tarde desta terça. Quanto ao cumprimento da ordem, oficiais do 10º Batalhão da Polícia Militar (Apucarana), informam que aguardam autorização do governador e do secretário de segurança pública.

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Os advogados da proprietária da fazenda encaminharam ao fórum notas fiscais que comprovam o plantio e comercialização de soja, milho, trigo, feijão e gado. Apresentaram ainda a documentação de registro de todos empregados da fazenda e o Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), relativos a 2003, 2004 e 2005, em que o próprio Incra classifica a Fazenda Mestiça como imóvel produtivo.

Os advogados confirmaram ainda que, na invasão, trinta homens do MST estavam armados, derrubaram portas e invadiram casas, ameaçando os funcionários da propriedade. "Foram roubadas ferramentas de trabalho, insumos para produção, como óleo diesel, gasolina para avião, montaria para animais, aparelho de solda, ferramentas da oficina, peças, acessórios e inúmeros objetos de valor", relataram eles.

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Três dias após ocuparem a Fazenda Mestiça, representantes do MST ainda não se manifestaram sobre as acusações de saques, abate de bovinos e uso de armas. Nenhum integrante do movimento explicou ainda a razão da escolha desta propriedade, que é considera produtiva.