O médico Raphael Suss Marques, principal suspeito pela morte da fisiculturista Renata Muggiatti, em setembro último, foi liberado pela Justiça e deve deixar o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na madrugada desta sexta-feira (16). A soltura partiu da 1.ª Vara do Júri do Tribunal de Justiça do Paraná, a mesma que decretou a prisão do suspeito por 30 dias no fim de setembro. Segundo apurou a reportagem, não haveria mais a necessidade de mantê-lo detido após o laudo de necropsia apontar que não houve asfixia da jovem. A Polícia Civil e a defesa de Marques foram procurados pela reportagem, mas não foram encontrados.
A Gazeta do Povo, que teve acesso com exclusividade ao documento, apurou que o resultado do exame, no entanto, não descarta a possibilidade de homicídio para a polícia nem a suspeita sobre o namorado dela, Raphael Suss Marques. Existiriam outros indícios que serão revelados ao final do inquérito. A reportagem apurou ainda que a investigação do caso não desconsiderou a asfixia como causa, pois faltam exames complementares, como o resultado da análise do corpo exumado de Renata.
O exame de necropsia do corpo da fisiculturista Renata Muggiati, que morreu aos 32 anos depois de uma queda do apartamento onde morava no centro de Curitiba no mês passado, apontou que a jovem não sofreu asfixia. O laudo foi juntado nos autos do caso que está na 1.ª Vara do Júri de Curitiba na quarta-feira (14).
O laudo muda o rumo do que foi divulgado sobre o tema até agora. Com base em um exame complementar, chamado anatomopatológico, a polícia tinha indícios que poderia ter ocorrido a asfixia. Esse exame indicava quebra do osso hioide e também por presença de manchas de sangue nos pulmões e coração de Renata. Esses dois fatores estão presentes em vítimas de asfixia. Neste caso, entretanto, essas lesões podem ter ocorrido em razão da queda. No texto, o documento mostra que não há também lesões produzidas por unhas humanas na região do pescoço, o que indicaria esganadura.
Na conclusão, o médico-legista Daniel Colman, que assina o laudo, registrou que houve esmagamento de cabeça, causado por ação contundente intensa gerado pela queda livre de local elevado. O texto é taxativo ao negar a asfixia.
A reportagem apurou ainda que a polícia também aguarda resultados dos exames realizados na exumação do corpo de Renata. A exumação foi feita a pedido da polícia justamente para tirar a dúvida em relação ao testemunho de uma pessoa que afirmou ter ouvido gritos na queda de Renata e com a suspeita que ela estaria inconsciente em razão da asfixia. Embora não confirme, a polícia aguarda informações novas no exame de exumação que possam ainda colaborar com a investigação.