Produto utilizaria publicidade considerada irregular, que induz o consumidor a erro, na compreensão da Justiça| Foto: Reprodução/Internet

A venda do suplemento "Cálcio Osteo D Fin" como "capaz de fornecer 90% de sua necessidade diária de cálcio" levou a 14.ª Vara Cível de Curitiba a proibir a publicidade do produto, considerada "enganosa". A Justiça acatou a petição do Ministério Público do Estado do Paraná (MP). O órgão argumentou que a propaganda induz o consumidor a considerar que a mercadoria serve como tratamento para doenças decorrentes da falta de cálcio.

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Afirmações de que irá "mudar a vida de uma pessoa", de ser a "solução para ter os ossos fortes por toda a vida" e até a promessa de "rejuvenescimento" foram encontradas em publicidade veiculada na televisão, bem como na página www.calcioosteodfin.com.br. A Anvisa pondera que o cálcio, embora fundamental na manutenção dos ossos, não é "substituto para o estrógeno e para o exercício físico".

São atribuídas ao produto (e a seu similar, "Cálcio Osteo D") propriedades terapêuticas relacionadas à prevenção e ao tratamento de doenças ósseas e de dores associadas a essas patologias, argumenta o promotor Maximiliano Ribeiro Deliberador na petição que pede a abertura da ação civil pública. A decisão da Justiça considera que é "enganosa qualquer propaganda que venha a prenunciar melhora na qualidade de vida dos consumidores em razão da simples ingestão do produto".

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Empresas

Os réus do caso são as empresas Sanibras, fabricante do produto, de Pinhais, e as curitibanas Shop Express e Alliança Internacional, ambas com sede no mesmo edifício, na Praça Osório, responsáveis pela venda. De maneira conjunta, elas foram condenadas a multa de R$ 10 mil caso a publicidade considerada irregular não seja retirada do ar. Cabe recurso.

Advogado da Sanibras, Luis Eduardo Muñoz Soto considerou a atitude do MP precipitada, por ter aberto inquérito sem antes ouvir a fabricante. Ele explica que a empresa notificou as revendedoras na tarde desta segunda-feira (29), pedindo para que o conteúdo "exagerado em termos de técnica de venda" seja retirado do ar.

Quanto à alegação da promotoria de que as três empresas seriam a mesma sob diferentes razões sociais, o advogado diz que é uma invenção feita "somente para colocar a Sanibrás como ré".

Valdecir Rozetti, procurador tanto da Shop Express quanto da Alliança, insiste que as empresas são distintas. As duas últimas possuem similaridades por vender os mesmos produtos.

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Falando em nome da Shop, Rozetti diz não poder se pronunciar sobre a ação judicial, pois a empresa não foi notificada oficialmente sobre o caso. Mas garante que se constatar algo irregular na publicidade veiculada esta informação será retirada "imediatamente".