Rio de Janeiro - A morte trágica da menina austríaca Sophie, de 4 anos, poderia ter sido evitada. Ela e o irmão R., 12, haviam sido retirados da casa da tia Geovana dos Santos Vianna, em março, e entregues ao Conselho Tutelar, por força de decisão da Justiça Federal. Mas ao conversar com os conselheiros, R. contou que havia sofrido abuso sexual por parte do pai, o austríaco Sasha Zanger. Os conselheiros, então, recomendaram que as crianças voltassem para a casa da tia. Sophie morreu na última sexta-feira e a polícia suspeita que ela tenha sido espancada. Os irmãos austríacos foram trazidos para o Brasil pela mãe, à revelia do pai, em janeiro de 2008.
"É difícil dizer se o menino havia sido orientado antes de ser entregue ao conselho, ou se realmente sofreu abuso. Pedi à Justiça que designasse uma perícia psicológica, mas a tragédia aconteceu antes dessa avaliação", afirmou o advogado Ricardo Zamariolla, que defende Zanger e havia pedido a repatriação das crianças com base na Convenção de Haia. Ontem, Maristela, que sofre de problemas mentais, disse à polícia que inventou o abuso para não perder a guarda dos filhos.
Maristela disse que Geovana queria ficar com a pensão dos filhos, de 1.440 euros. Ela contou que foi expulsa de casa pela irmã a pauladas. A tia das crianças ainda não compareceu à delegacia. O delegado Agnaldo Ribeiro da Silva aguarda a chegada do laudo cadavérico do Instituto Médico-Legal para indiciá-la por homicídio. Geovana, de 42 anos, tinha a guarda das crianças. A filha dela, Lílian, de 21, que ajudava a cuidar de Sophie, também pode ser indiciada.
A criança deu entrada no dia 12 no hospital, em coma, com traumatismo craniano e marcas de espancamento. Ela foi socorrida por vizinhos e estava acompanhada de Lílian, que contou aos médicos a versão de que a menina caiu no banheiro. Sophie morreu no dia 19.
R. confirmou seu primeiro depoimento, de que Sophie havia caído no banheiro. Mas ressaltou que isso aconteceu porque a irmã estava "desmaiando muito" depois de ter sido surrada entre os dias 10 e 12 de junho. O menino chegou à delegacia acompanhado do pai. Zanger contou que se separou de Maristela num processo amigável. Ele afirmou que o estado mental da ex-mulher, que seria esquizofrênica, piorou com o tempo e ela começou a impedi-lo de ver a filha. Após ele entrar com um processo pela guarda das crianças na Justiça austríaca, ela fugiu para o Brasil.
O marido de Geovana dos Santos, o guarda municipal Sizenando Vianna, de 47 anos, prestou depoimento ontem e repetiu a explicação da mulher, que até agora não foi encontrada pela polícia. A família de Geovana teve que se mudar do Conjunto Habitacional Santa Veridiana, em Santa Cruz, por causa de ameaças dos vizinhos. Vários deles afirmam que viram as crianças com hematomas.
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora
Deixe sua opinião