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Justiça impede adolescente de fazer viagem de intercâmbio para a Tailândia

Guarapuava – A estudante Jeciane Golinhaki, 16 anos, pretendia ter embarcado para a Tailândia há exatos dois meses, mas foi impedida pela Justiça. Menor de 18 anos, ela tentou autorização para viajar, mas seu pedido foi negado pela Vara de Infância e Juventude de Guarapuava, na região Central do Paraná. A justificativa foi a de que o país asiático é rota de tráfico de mulheres e lidera o ranking mundial de prostituição infantil. O caso é inédito no distrito 4.640 do Rotary Internacional, que inclui Guarapuava e mandou 30 jovens para o exterior este ano. A viagem de Jeciane faria parte do programa de intercâmbio de entidade.

Por mais de um mês, Jeciane deixou as malas arrumadas, mas agora ela está perdendo as esperanças de viajar. Como o Judiciário está em recesso, somente em fevereiro o pedido de reconsideração da negativa será avaliado pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Ela pretendia passar um ano na Ásia e o visto vence em setembro. "Agora não vai dar tempo nem de aprender o idioma", lamenta. A estudante, que já ganhou um prêmio do Clube Soroptimistas das Américas pelo trabalho que desenvolve com a Pastoral Indígena, está inconformada por ser impedida de ampliar seus horizontes.

Jeciane investiu dinheiro e esforço para viajar. Para estar entre os 30 selecionados dentre os 218 candidatos, Jeciane precisou provar que domina a língua inglesa, que conhece todos os fundamentos rotarianos e que tem amplo conhecimento sobre o Brasil e a Tailândia. Aos aprovados foram apresentadas três opções de destino: México, Zimbábue e Tailândia. Ela foi a única que preferiu o país mais distante e acabou não embarcando.

A estudante comprou as passagens e gastou pelo menos mais R$ 3 mil na preparação. Na mala estavam vestidos típicos: caipira, de prenda, da Folia de Reis e outros trajes e objetos que representam a cultura brasileira. Além disso, os pais precisaram hospedar um estudante alemão, que ficou três meses na casa dos Golinhaki. Malte Gesser, 17 anos, veio da cidade de Dortmund e está hoje na casa de outro rotariano. Pelo sistema de intercâmbio do Rotary, quem envia um filho para o exterior também deve receber um aluno estrangeiro. A Justiça ainda alegou que os pais de Jeciane não conhecem as pessoas que iriam hospedá-la na Tailândia.

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