Cuiabá A Justiça determinou à Polícia Federal (PF) que apresente até a próxima semana antes do segundo turno das eleições um relatório minucioso sobre as investigações acerca da origem da bolada de R$ 1, 7 milhão que dirigentes do PT teriam arrecadado para tentar comprar o dossiê Vedoin. A ordem foi dada pelo juiz Jefferson Scheinneder, da 2.ª Vara Federal de Cuiabá.
A PF havia requerido na segunda-feira a Scheinneder mais 30 dias de prazo para prosseguir o trabalho. Ele consentiu, mas exigiu o parecer com detalhes sobre o dinheiro do partido.
O delegado-chefe da PF em Mato Grosso, Daniel Lorenz, confirmou que o jogo do bicho pode ter sido a fonte de parte da bolada. Lorenz informou que equipes federais realizam "ações intensas" fora de Mato Grosso. Não revelou em qual estado a apuração se concentra.
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Ele disse que, nas últimas horas, houve um avanço no rastreamento da origem do dinheiro. "Houve, basicamente, a comprovação de uma tese", afirmou. Sobre se a tese à qual se referia aponta para a contravenção, foi categórico: "Não somente isso, mas de várias teses. Estamos trabalhando com ações de inteligência."
O chefe da PF disse que "fontes humanas" contribuem com a investigação. O delegado destacou que informantes "dão indicações bastante precisas".
Enigmático, declarou: "Quem trabalha bastante e intensamente, muitas vezes, é contemplado também por um pouquinho de sorte."
Lorenz informou que ontem à tarde equipes policiais promoviam "intensas ações de buscas", com mandado judicial, em outro estado. "Estamos trabalhando muito para que a gente possa fechar uma parte da investigação, um viés no qual estamos trabalhando."
O Ministério Público Federal confirmou que entregou à Justiça um pedido de quebra do sigilo bancário do ex-assessor especial da Secretaria Particular da Presidência da República Freud Godoy e do ex-coordenador da campanha do senador Aloízio Mercadante (PT-SP) Hamílton Lacerda.
Oposição
Os partidos que apóiam a candidatura do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), da Coligação Por um Brasil Decente (PSDB-PFL), pediram ontem ao corregedor-geral eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), César Rocha, a apuração das suspeitas de que teria sido montada uma operação para protelar as investigações da Polícia Federal (PF) sobre o dossiê Vedoin.