O Tribunal de Justiça Militar de São Paulo revogou a prisão de seis policiais militares e um guarda municipal indiciados por envolvimento na chacina ocorrida em agosto na Grande São Paulo, que resultou na morte de 23 pessoas e deixou pelo menos sete feridos.
As prisões foram revogadas para que o processo seja encaminhado para a Justiça de Osasco, segundo nota da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP). O órgão não divulgou os nomes dos suspeitos.
Ainda de acordo com a SSP, quatro policiais foram liberados na sexta-feira (12) e devem fazer trabalho administrativo na Corregedoria da Polícia Militar. Os outros três permanecem detidos porque o pedido de prisão foi feito pela Justiça comum.
Em dezembro, o Tribunal de Justiça excluiu a Justiça Militar de atuar no caso. A medida, em caráter provisório, foi tomada a pedido da juíza do Tribunal do Júri de Osasco Élia Kinosita Bulman, que reclamou de ações tomadas pelos juízes militares.
Em pelo menos duas vezes, a Justiça Militar determinou a prisão de suspeitos mesmo depois de a Justiça comum ter negado tal medida sob a alegação de falta de provas. A reportagem não conseguiu localizar a assessoria do TJ para comentar a decisão.
O caso
A maioria dos crimes ocorreu na noite do dia 13 de agosto, quando 19 pessoas foram mortas em Osasco, Barueri e Itapevi. A investigação da chacina, contudo, considera que ela começou a ser deflagrada cinco dias antes, quando ao menos outras quatro pessoas foram mortas na região metropolitana de São Paulo.
Dois assassinatos de agentes de segurança, segundo as investigações, motivaram os ataques em série: o de um PM, no dia 7 de agosto, e de um guarda-civil metropolitano, no dia 12.
O primeiro policial detido, um soldado da PM, fora preso no final de agosto. Em outubro, os outros seis, um coordenador da Guarda Civil Metropolitana de Barueri e cinco policiais militares, foram presos em força-tarefa da Polícia Civil. Além deles, outro policial militar foi detido em novembro, acusado de coagir testemunhas do inquérito.
Os nomes dos indiciados, assim como detalhes do inquérito, não foram relevados, pois o processo corre em segredo de justiça.
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