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SKINHEADS CURITIBANOS

Justiça ouve testemunhas de defesa

Começaram nesta segunda-feira (16) os depoimentos à Justiça das testemunhas de defesa de 11 pessoas acusadas de apologia ao nazismo . Os depoimentos seguem até quinta-feira. As testemunhas estão sendo ouvidas pela juíza Ana Lucia Lourenço, da 9.ª Vara Criminal de Curitiba.

No dia 26 de setembro de 2005, policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) prenderam onze pessoas de um grupo skinhead. Eles são acusados de tentativa de homicídio, espancamentos e de cometer diversas agressões contra judeus, negros e homossexuais em Curitiba. De acordo com polícia, o grupo freqüentava e agia na Rua 24 horas e no Largo da Ordem.

No depoimento, que teve a presença de um representante do Ministério Público Estadual, os advogados de defesa tentaram demonstrar que os acusados não são pessoas preconceituosas. Para isso, convocaram testemunhas negras e homossexuais para deporem a favor dos acusados. Entre eles, uma empregada doméstica afrodescendente, que trabalha há 12 anos na casa de um dos acusados, e um homossexual conhecido do mesmo réu. Ambos afirmaram nunca ter percebido indícios de preconceito racial ou sexual por parte do acusado.

Entre os presos, estão Eduardo Toniolo Del Segue, conhecido como 'Brasil', professor de jiu-jitsu e sua mulher, Edwiges Francis Barroso. 'Brasil' é acusado de ser o cabeça da quadrilha. No porão da casa do casal, foram encontradas uma bandeira preta, com o símbolo 88, que remete à saudação nazista "Heil Hitler", já que a letra "h" é a oitava do alfabeto, cópias de um cd de músicas com mensagens nazistas, além de fitas de vídeo e fotos do casal preso em meio a grupos de skinheads.

Cartazes racistas

Em setembro do ano passado, diversos adesivos que traziam a mensagem "Mistura racial? Não, Obrigado!" e tinham a assinatura "Orgulho Branco" foram espalhados pela cidade. No mesmo dia em que foram colados os adesivos de racismo, foram espalhados também adesivos contra o homossexualismo, com mensagens como "Homossexuais afrontam a natureza" e "Homossexuais molestam crianças", assinados pelo grupo "Frente Anti-Caos".

Entre o material apreendido com o grupo, um gibi chamou a atenção dos policiais. Feito por um dos integrantes do grupo, o material "ressuscita" Hitler que lidera um grupo de skinheads para matar negros. No gibi, frases preconceituosas que explicitam a ideologia nazista de purificação da raça ariana como: "queremos apenas a preservação da nossa raça e não a destruição das outras, mas se esse for o único modo, assim faremos, para a continuação da doutrina de Adolf Hitler".

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